O nosso verdadeiro estado de saúde depende não tanto de termos ou não doenças, mas sobretudo de como aceitamos as que vêm ter connosco. Ou seja, do facto de, face a elas, continuarmos interessados pela vida, sentindo-nos solidários, integrados em algo maior do que essa nossa doença.

A verdadeira cura não consiste apenas na eliminação de um determinado sintoma de doença, mas em encará-lo como algo que nos empurra para a fidelidade a nós mesmos. Para a essência do que somos.

Temos de começar sempre por escutar os sinais que o nosso corpo nos dá, mas sem ficar presos a eles e sentir-nos vítimas. Porque somos algo mais do que o nosso corpo doente.

E a função das doenças é precisamente revelar-nos essa força maior, a vida ilimitada, que em nós existe – inclusive quando estamos frágeis.

Dizia o escritor Jorge Luis Borges que a cegueira fora aquilo que de mais importante lhe tinha acontecido, na medida em que o obrigara a ver tudo a partir de dentro de si mesmo, portanto de forma mais global.

A nossa verdadeira vida não é a física. Nem as informações que nos chegam através dos sentidos são as mais importantes.

O mar, o céu cheio de estrelas, os encontros seguidos por vezes de desencontros e eventuais reencontros, são exemplos de manifestações daquilo que verdadeiramente somos.

Claro que, quando está doente, cada um de nós vive esse facto à sua maneira. Mas, desde que o aceitemos, podemos não permitir que isso nos impeça de aproveitar ao máximo aquilo que a vida em cada momento nos proporciona.

Assim como é possível envelhecermos sem ficarmos velhos, podemos procurar viver cada momento presente tal e qual como ele se nos apresenta - qualquer que seja a idade ou a saúde que temos, quer tudo nos corra bem ou não de acordo com o que gostaríamos, quer nos sintamos alegres ou tristes.

Tudo isso são apenas formas, matéria.

E a verdadeira tranquilidade só aparentemente depende das circunstâncias da nossa vida.

No fundo, depende apenas de estarmos ligados a algo superior a nós, acreditando que nunca nos faltará o essencial: o Amor – vindo através de alguém que nos ama ou de algo através do qual Ele se manifesta.

Para os crentes é Deus. Mas há quem fale em força cósmica, fusão com a natureza, solidariedade, ajuda aos desfavorecidos, fazer o bem não importa a quem…

Trata-se de simplesmente acreditar que fazemos parte de um universo sem fim. Nunca estamos por isso sozinhos neste mundo. E que o Amor incondicional existe.

Maria José Costa Félix

 

 

Maria José Costa Félix, astróloga e autora de livros de desenvolvimento pessoal

Mail: mjcostafelix@sapo.pt 

Tel. 21 390 69 22   Tlm 93 390 69 22

- Com cinco filhos e treze netos, MJCF é licenciada em Filologia Germânica, frequentou o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) em Lisboa e esteve integrada num trabalho de grupo de investigação num hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro.

- Tendo-se iniciado no Brasil, é astróloga há mais de 30 anos.

- Depois do 25 de Abril em Portugal, participou em dois governos, num como secretária e noutro como adjunta de Primeiro Ministro.

- Jornalista durante cerca de 30 anos como redatora nas revistas Marie Claire, Máxima e Viver com Saúde, colaborou em vários outros orgãos de comunicação, dirigiu um suplemento de astrologia do jornal Sete e fez vários programas de televisão nesse âmbito.

- É autora de livros de desenvolvimento pessoal desde 2002         editados pela Leya (Oficina do Livro) com os títulos Bem-estar interior (editado também no Brasil), Mais e Melhor, Sol e Lua de Mãos Dadas, Vamos falar de Amor?, Ajude o seu Filho a Crescer em Paz, Conheça bem as Asas que tem, Morrer e Renascer, Atalhos do Amor, Envelhecer Sem Ficar Velho.

- Atualmente dá consultas e aulas de astrologia numa perspetiva humanista/psicológica e cármica. E escreve textos não de entretenimento mas de interrogação sobre o sentido da vida, em que convida o leitor a acreditar numa força superior que nos ilumina mesmo nos momentos de maior escuridão.