Numa época normal, seriam mais de 30.000 a atravessar os portões. Neste momento, a maior parte dos dias, nem sequer chegam a ser um terço. Sem a presença habitual de turistas, que representam cerca de 80% dos ingressos vendidos, o castelo de Versalhes, nos arredores de Paris, em França, que reabriu no dia 6 de junho, vive dias difíceis. "Neste momento, rondamos, em média, os 10.000 visitantes diários. Aos fins de semana, são um pouco mais mas, durante a semana, são menos", assume Catherine Pégard.

De acordo com a presidente do organismo público que gere o monumento, são praticamente todos franceses. "Estamos a sentir o regresso, ainda tímido, dos alemães e dos holandeses. Também temos tido alguns italianos", confidencia a responsável. "Financeiramente, tem sido muito complicado", lamenta Catherine Pégard. Não tivesse havido uma pandemia viral de COVID-19 no mundo e, numa situação normal, os cofres do castelo de Versalhes contariam, neste momento, com mais 45 milhões de euros.

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Em declarações à rádio RTL, a francesa garantiu, no entanto, que nenhum dos cerca de mil postos de trabalho está, neste momento, em risco e os das duas dezenas de milhar que colaboram indiretamente na manutenção da propriedade também não. "Temos de pensar muito no que devemos ser e no que devemos fazer. Arrisco mesmo dizer que foi todo o nosso modelo de funcionamento, digamos assim, que foi posto em causa", afirma, contudo. "Até hoje, o fecho do castelo só tinha sido decretado uma vez, aquando da declaração da II Guerra Mundial", sublinha.

Mandado edificar pelo rei Luís XIII em 1624, o castelo de Versalhes viveu o seu apogeu no reinado de Luís XIV, que o mandou renovar e ampliar com a intenção de o adotar como residência oficial. A corte estabeleceu-se oficialmente no palácio no dia 6 de maio de 1682. Atualmente, é um dos monumentos franceses mais visitados, tal como sucede com o Museu do Louvre, que também viu o número de visitantes cair a pique por causa do surto. Em julho, em vez dos 40.000 habituais, rondaram apenas os 10.000 por dia.