O Canto do Cisne, coreografado por Clara Andermatt, foi uma das últimas peças dançadas pelo Ballet Gulbenkian antes da sua extinção. Desafiada pela Companhia Nacional de Bailado, a coreógrafa revisita a peça juntamente com a equipa artística original no Teatro Camões, entre 1 e 4 de julho.
A partir do tema lançado na altura, “O fascínio dos mundos distantes”, Clara Andermatt procura o desconhecido pela via do mistério e da surpresa em direção ao que provavelmente de mais enigmático existe em tudo o que desconhecemos: a morte.
Formalmente a coreógrafa escolhe como ponto de partida A Morte do Cisne, de Camille Saint-Saens, pedindo a Vítor Rua que crie variações sobre o tema original. Andermatt aborda a morte não como o final do que quer que seja, mas como princípio do futuro que ela contém, mergulhando na metamorfose e no seu poder transformador.
É esse momento que a coreógrafa identifica como o canto do cisne. O presente acaba por se revelar como uma contínua constatação de que é passado e é simultaneamente futuro, porque tudo se encontra em incessante mutação.
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