Miki Agrawal, uma das fundadoras da Thinx, que lançou uma lingerie feminina à prova da menstruação que absorve o sangue durante o período, tem sido perentória nas entrevistas que tem dado para promover a Tushy, a sua nova empresa. "A América tem de voltar a olhar para o bidé com outros olhos", defendeu a empreendedora que, o ano passado, se viu forçada a abandonar a marca na sequência de uma queixa de assédio sexual.

Depois da roupa interior, a reconversão de sanitas em bidés é a sua (nova) área de negócio. A ideia surgiu-lhe depois de ser confrontada com os números do World Wide Fund for Nature. O organismo de proteção ambiental assegura que, além das (muitas) descargas de água que se fazem nos autoclismos, a quantidade de papel higiénico que usamos implica o abate diário de 270.000 árvores. Muitos cientistas têm vindo a alertar para o mesmo.

Decoração de casa de banho moderna e estilosa
Decoração de casa de banho moderna e estilosa
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Vários relatórios de investigadores americanos garantem que substituir esse gesto pelo uso do bidé permitiria salvar "15 milhões de árvores". Um grupo ambientalista assegura que a quantidade de papel higiénico que usamos "poderia dar a volta ao planeta em apenas dois minutos".

"Os bidés são mais saudáveis do que o papel higiénico. Permitem uma melhor higiene pessoal", assegura o urologista norte-americano Philip Buffington.

"É um feito a indústria que o produz ter conseguido convencer-nos que ficamos limpos depois de o usarmos", afirma Rose George, autora de um livro "The big necessity: Adventures in the world of human waste", onde aborda o problema dos desperdícios humanos. Em países como o Reino Unido, há 10 anos, muitos fabricantes anunciaram o desinvestimento nos bidés. Antes de 2010, a empresa B&Q vendia milhares.

Mercado global de bidés em crescimento 

Atualmente, num bom ano, não transacionam mais de 500. Nas últimas décadas, os hábitos de higiene mudaram, as casas têm pouco espaço e muitas pessoas preferem poupar o dinheiro que gastariam na instalação de um bidé noutras coisas. Alguns arquitetos e decoradores de interiores estão atentos ao fenómeno e algumas marcas também já estão a apostar em novos formatos e designs e a desenvolver bidés inteligentes.

Alguns controlam o fluxo de saída da água e/ou regulam automaticamente a sua temperatura em função das condições climatéricas da divisão. De acordo com a empresa de estudos de mercado Technavio, as vendas globais destes sanitários deverão crescer perto de 5% entre 2018 e 2022. Em 2017, cerca de 39% dos bidés vendidos no mundo foram adquiridos na região que agrega a Europa, África e o Médio Oriente.

"O aumento da população idosa no mundo é um dos principais fatores que está a dinamizar este mercado", assegura a companhia. "Os mais idosos precisam de ajuda na sua higiene pessoal e esta necessidade está a levar muita gente a instalar acessórios como os bidés nas suas casas de banho", assegura o relatório da Technavio, a que o Modern Life teve acesso.

Especialistas defendem o regresso dos bidés
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