'Pedro Nuno Santos, 46 anos. Estou como sou, no Alta Definição'. Assim começou a emissão deste sábado, dia 17 de fevereiro, do programa de entrevistas da SIC.
O secretário-geral do Partido Socialista esteve à conversa com Daniel Oliveira e foi prontamente questionado acerca do facto de estar à frente de um dos partidos com maior relevância no panorama nacional. "Uma enorme responsabilidade, o peso da história de um partido que tem 50 anos, do qual faço parte desde muito jovem", explicou.
De seguida, Pedro Nuno Santos recordou a infância, que diz ter estado sempre aliada à área em que agora trabalha. "Sempre se falou de política em casa e participava dessas conversas. Tive grandes debates com o meu pai e, muitas vezes, foram duros", fez notar.
Ainda em relação ao passado, Pedro referiu que "desde cedo" que os seus amigos "se aperceberam de que tinha competências de liderança e de debate" e que, apesar de gostar do que faz, também "há momentos em que pensa 'faz sentido?'".
Ao falar sobre a família, Pedro Nuno Santos fez questão de comentar a polémica em torno do facto de o filho ter subido ao palco durante o último congresso do PS, algo que garante ter sido uma surpresa: "Não estava previsto ele ir ao congresso e, muito menos, subir ao palco. Tento separar a vida política da vida pessoal e familiar mas não é fácil proteger a família".
Já sobre os pais, o político disse: "A minha mãe é uma mulher especial, como todas as mães. É uma lutadora que vive quase para os filhos, que trabalha e trabalhava muito para os filhos. Dedicava a vida aos filhos, a mim e à minha irmã. Ela sofre muito connosco, com o que nos acontece. O meu pai também sofre, mas de outra maneira. A minha mãe vive muito os problemas dos filhos e por isso houve alguns momentos que me custaram muito. Foram duros para mim e especialmente duros para ela, porque ela sabe quando eu não estou tão bem".
"Uma mãe não gosta de ver o filho a ser maltratado, não deve ser nada fácil ouvirem as coisas que dizem do seu filho", acrescentou.
Nem sempre se consegue o que desejamos e queríamos uma família maior e nunca conseguimosFoi então que Pedro chegou ao ano de 2022. "Foi terrível para mim. Saí do governo com um caso que teve uma atenção mediática muito grande e isso teve um impacto muito grande", começou por dizer, assumindo depois o desejo que, tanto ele como a companheira, Ana Catarina Gamboa, têm de aumentar a família.
"O caso da TAP foi, do ponto de vista político, muito traumático. Foi um ano muito difícil para a Catarina, havia projetos de vida que não conseguimos e foi muito duro. Nem sempre se consegue o que desejamos e queríamos uma família maior e nunca conseguimos. Temos o nosso filho, a melhor coisa da nossa vida, mas houve desejos como todas as famílias têm e em 2022 não o conseguimos. Deixam [marcas] claro", vincou, em lágrimas.
Pedro Nuno Santos defendeu-se ainda de uma das críticas que lhe são apontadas. O político não concorda que seja impulsivo e disse mesmo que "em Portugal confundimos decisão com impulsividade". "Tenho uma forma mais apaixonada de defender as coisas em que acredito, isso sou e faço. Entrego-me às minhas lutas", sublinhou.
Por fim, à pergunta da praxe 'o que dizem os seus olhos?', Pedro Nuno Santos respondeu: "A minha vida é boa, tive sempre muita sorte. Os meus olhos dizem que sou uma pessoa feliz, apesar de estar emocionado. Sou muito feliz com a família que tenho e estou hoje numa posição que me motiva muito e me engrandece".
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