Foi na passada quinta-feira, dia 4 de maio, que Maria Elisa Domingues viveu uma noite muito especial ao estrear-se com a peça 'Cartas de Amor' ao lado de Virgílio Castelo.

Em conversa com os jornalistas depois de ter subido ao palco, a jornalista acabou por falar sobre a fibromialgia, doença crónica com a qual foi diagnosticada há largos anos.

Questionada sobre como estava em termos de saúde, começou por dizer: "Tenho o meu problema da fibromialgia, mas nunca deixei que a fibromialgia me definisse, nem me limitasse. E acho que sou até um bom exemplo disso".

"A fibromialgia pode ser muito limitante. As pessoas que marcam as entrevistas têm o meu pedido para não me marcaram às 8h ou às 7h da manhã. A parte da manhã é muito difícil para quem tem fibromialgia. Isto é como um carro que está parado à noite ao frio e depois não pega. É um bocado a mesma coisa, a gente demora a pegar, aquele processo inicial da manhã é complicado", explicou de seguida.

"Mas embora as pessoas pareçam perceber isto e muito bem, passado oito dias estão outra vez a dizer 'então amanhã às 8h'… Mas toda a gente, [até] a minha família", desabafou, acabando também por deixar uma mensagem de incentivo.

"Nós temos de nos forçar, temos de andar para a frente. Tive enxaquecas a maior parte da minha vida, horríveis. Fiz programas de televisão a olhar para as luzes, para as câmaras, com enxaquecas. Nunca disse a ninguém que tinha enxaquecas. E conhecia muita gente que ficava em casa trancada com o quarto às escuras. Tem de se ser lutador, tem de se contrariar um bocado aquilo que nos limita", realçou, salvaguardando, porém, que "não quer dizer que seja assim em tudo".

Maria Elisa Domingues estreou-se no teatro aos 72 anos, e depois de ter feito o Conservatório há 40. A jornalista é a 'prova' de que é possível abraçar um grande desafio a qualquer idade. "Sobretudo se estivermos bem de cabeça e também fisicamente, isso é fundamental", afirmou.

"É muito importante treinar a memória. Sou capaz de fazer contas de cabeça que as pessoas fazem só nas máquinas. Faço esse esforço, faço contas e escrevo à mão. Gosto muito de escrever. É preciso adaptar às coisas novas, mas também treinar o músculo. Contrariar a preguiça é muito importante. As pessoas envelhecem num instante quando não contrariam a preguiça", acrescentou.

Maria Elisa Domingues contou também que vê muita televisão, detalhando que além da informação – assistindo muito à TV americana por causa do marido, Sanford Hartman -, acompanha algumas telenovelas e gosta muito de ver séries.

"Ao contrário de muitos colegas meus que dizem que não gostam de televisão, eu gosto imenso. Para já, vejo informação, obviamente, a portuguesa. Depois vejo telenovelas, algumas portuguesas e algumas da Globo porque estou a desenvolver um trabalho académico nesse campo – no campo da produção de telenovelas -, é um desafio mais antigo porque ainda não está concluído, que é o meu doutoramento em Coimbra. Depois, como toda a gente, gosto de séries estrangeiras. E tenho um marido americano, portanto, fazemos um grande consumo de televisão americana", partilhou.