Tamin, a voluptuosa intérprete escolhida pela rapper Capicua para participar no Festival da Canção da RTP, tem sido insultada nas redes sociais desde que surgiu em palco com um exuberante vestido coleante vermelho para cantar "Sobre nós". "Gorda", "A tua mãe devia ter abortado", "Tive medo que me comesse o jantar" ou ainda "Dedica-te à pesca e diz que te enterraram" foram alguns dos muitos comentários maldosos de que foi vítima.
Mais de uma semana depois da sua atuação, a cantora reagiu ontem numa publicação no Facebook e no Instagram. "Eu sou mulher. Este é o termo que me define. Não tenho nada contra os termos usados para definir alguém com peso a mais. Plus size, bbw, gorda, obesa, etc. Mas estes termos não me definem. Eu sou mulher que trabalha, que ama intensamente, que é filha e irmã, que vive como qualquer outra pessoa", sublinha.
"Será que, quando um individuo insulta alguém com peso a mais, só por isso mesmo, pensa nas consequências desse ato? Quando era miúda, essas ofensas eram pior[es] do que [a] agressão física. Sim, também me agrediram só por ter peso a mais", revelou. "Hoje em dia, vivo bem com esses insultos. Estou habituada. O ser humano é mesmo assim... Para se sentir melhor consigo [próprio], rebaixa outros", criticou.
"Mas a minha mãe não está habituada. Com a participação no festival da canção, ela viu-me ser enxovalhada em vários posts e comentários no Facebook", condena a cantora. "A minha mãe perguntou-me se essas pessoas não têm filhos? Irmãos? Pais? Não sei! Quero que saibam que eu vivo bem com o facto de cada um ter a sua opinião. Levanto-me todos os dias com cabeça erguida. Sou uma mulher feliz e amada", assegura Tamin.
"Aquilo [que] cada um planta, um dia, será colhido", termina a intérprete, que integra o grupo Cais Sodré Funk Connection, rematando a publicação com as hashtags #kissmyfatass, #fuckyouverymuch e #indontgiveacare. Apesar dos insultos, também têm sido muitos admiradores a defendê-la. "Quem lhes dera ter o peso da tua voz!", elogia Rui Castro. "Não me espanta a pequenez das pessoas", critica Joana Gonçalves.
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