As atenções do mundo vão estar, no sábado, concentradas na coroação do rei Carlos III e da rainha consorte, Camila, um grande evento com muitas curiosidades e no qual os pormenores são essenciais.

Eis alguns pontos essenciais sobre detalhes da cerimónia faustosa de coroação do sucessor de Isabel II:

O cerimonial militar

Mais de 6.000 militares britânicos vão participar na coroação do rei Carlos III, o maior destacamento cerimonial das forças armadas do Reino Unido em sete décadas, incluindo soldados, marinheiros e aviadores.

Perto de 400 membros de tropas de 35 países da Commonwealth também vão estar envolvidos nas cerimónias.

Salvas de canhão vão ser disparadas de bases do exército britânico em todo o país e de navios de guerra em alto mar.

No final, mais de 60 aviões militares, incluindo 'Spitfires' da Segunda Guerra Mundial e caças modernos, vão sobrevoar o Palácio de Buckingham.

Os convidados

O príncipe Harry vai assistir à cerimónia de coroação do pai, o rei Carlos III, na Abadia de Westminster, mas a esposa, Meghan, Duquesa de Sussex, permanecerá na Califórnia com os dois filhos do casal, o príncipe Archie e a princesa Lilibet.

A presença pôs fim a meses de especulação, resultado da tensão na família real criada pelas entrevistas televisivas e a publicação do livro de memórias de Harry, chamado 'Sombra', no qual criticou em especial o irmão e a madrasta.

Também vão comparecer vários líderes estrangeiros, como o presidentes francês, Emmanuel Macron, o alemão, Frank-Walter Steinmeier, o filipino, Ferdinand Marcos Junior, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estará ausente, sendo representado pela primeira dama, Jill Biden.

Os convites

Os mais de 2.000 convidados receberam convites em papel reciclado, refletindo as preocupações de Carlos III com a conservação e proteção ambiental.

A decoração em estilo medieval incluiu um desenho do Homem Verde, uma figura do folclore britânico que simboliza a primavera e o renascimento.

A comida das festas

O rei e rainha escolheram uma quiche com espinafres, favas e estragão como prato ideal para partilhar nas festas de rua, no domingo.

A escolha da 'Coronation Quiche' teve por base o facto de poder ser servida quente ou fria e não ser "muito complicada de cozinhar ou necessitar ingredientes caros ou difíceis de encontrar".

Desde a coroação de Isabel II em 1953, 'Coronation Chicken', um prato frio de frango com molho de caril e natas, conquistou o país e tornou-se um clássico em festas e até como recheio de sanduíches.

A unção do rei

O óleo utilizado para a unção do rei será livre de produtos animais e foi perfumado com jasmim, sésamo, canela, rosa, néroli, benjoim, âmbar e óleo de flor de laranjeira perfumado.

Tradicionalmente, incluía âmbar cinzento obtido no intestino de baleias.

Os pajens reais

O príncipe George, o neto mais velho do rei e segundo na linha de sucessão, será um dos quatro jovens pajens a ajudar o monarca durante a cerimónia.

A rainha consorte, Camila, terá também quatro pajens: os netos Gus, Louis e Freddy, juntamente com o sobrinho-neto Arthur.

A coroa da rainha

Camila será coroada com uma coroa feita para a bisavó de Carlos, a rainha Maria, em 1911, em vez de ter uma nova feita, como sucedeu com as rainhas consorte que a antecederam.

O palácio indicou que foram feitas alterações "menores" para "refletir o estilo individual de Camila" e "prestar homenagem" à falecida Isabel II ao integrar diamantes da coleção pessoal da sogra.

Para evitar críticas sobre colonialismo, foi removido o diamante "Koh-i-Noor", originário da Índia e famoso pelo tamanho e pela controvérsia sobre a forma como chegou às mãos da rainha Victoria, no século XIX.

O ponto alto

A cerimónia culminará com a colocação na cabeça de Carlos III da Coroa de São Eduardo, a peça central das joias da coroa britânica, usada apenas para coroações, a última vez das quais em 1953, por Isabel II.

A coroa foi feita para a coroação de Carlos II em 1661, para substituir a anterior, derretida após a execução de Carlos I, em 1649.

Foi recentemente redimensionada para assentar na cabeça de Carlos III, mas quando sair da Abadia de Westminster, o rei vai usar a Coroa Imperial de Estado, criada em 1937 para a coroação do avô, rei Jorge VI.

Apesar de ambas serem ricamente decoradas com pedras preciosas e semipreciosas, como safiras e rubis, a segunda é cerca de um quilo mais leve.