
Luís Montenegro tem sido alvo de inúmeras críticas pela forma como tem lidado com os incêndios que continuam a deflagrar em Portugal, sobretudo em Arganil (Coimbra) e Sátão (Viseu).
Não ficando indiferente às situações de desespero que ao longo desta semana têm sido retratadas na comunicação social, Dalila Carmo dirigiu uma carta aberta ao primeiro-ministro, apelando para uma atuação mais ativa.
"Exmo. Sr. primeiro-ministro Luís Montenegro,
É que temos o país a arder. Era seu costume criticar o antigo primeiro-ministro nessa matéria e chegou a exigir-lhe um pedido de desculpas aos cidadãos. E agora Sr. primeiro-ministro? Onde é que o senhor está? E que medidas tomou na prevenção de combate aos incêndios florestais? Não o estamos a ouvir.
Eu sei que é agosto. Mas o país continua a arder. E agradecer o 'esforço de mulheres e de muitos homens: dos bombeiros, da Proteção Civil, da GNR, dos sapadores florestais, das Forças Armadas, de todas as forças de segurança, dos autarcas e de muitos cidadãos anónimos' não é suficiente.
Que medidas tomou para evitar chegarmos a este lugar novamente? E até quando olharemos para isto apenas quando começa o flagelo? Temos muita vergonha, Exmo. Sr. primeiro-ministro", pode ler-se na carta em questão.
Entretanto, e em resposta a um seguidor, a artista acrescentou: "E com a nova e desastrosa Lei dos Solos, o ideal é mesmo acabar com os espaços florestais e agrícolas. Está tudo pensado. Vão florir imensas 'vivendas' novas. Parêntesis grande para papel e celulose que precisamos de crescimento rápido e inconsequente a longo prazo.
Obras públicas é que é. Estudos de impacto ambiental? Foram as nossas cabeças tontas e idealistas quem inventou o conceito. Mas só as deste país. Porque uma grande parte do mundo civilizado já percebeu o que vamos perceber nós daqui a outros 50 anos. Ou não".
Recorde-se que esta quinta-feira, dia 14 de agosto, Luís Montenegro afirmou num discurso na Festa do Pontal que não iria fazer uma avaliação do combate aos incêndios, porque o país está "em plena guerra e não é a meio da guerra" que se faz essa discussão.
"Vamos primeiro ganhar a guerra, salvar as pessoas, o nosso património, o nossos país e cá estaremos para fazer ainda melhor no futuro", referiu à época.
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