O dia 30 de novembro de 2019 promete ficar na história de David Carreira. "Live 360" marca a estreia do cantor na Altice Arena, uma sala que o pai, o cantor Tony Carreira, já esgotou por diversas vezes. Os bilhetes estão disponíveis a partir de hoje em pré-venda e o intérprete de êxitos como "Esta noite" e "O problema é que ela é linda" não esconde o entusiasmo. "É o concerto mais importante da minha carreira", assume.
Em entrevista ao Modern Life/SAPO Lifestyle, David Carreira fala ainda dos convidados especiais que vai ter em palco, faz revelações sobre o novo disco que gravou em segredo nos últimos meses, comenta a vitória de "Telemóveis" de Conan Osíris no Festival da Canção da RTP e não esconde o momento de felicidade que vive ao lado da namorada, a atriz Carolina Carvalho, a quem gosta de fazer bullying nas redes sociais.
Este espetáculo está a ser anunciado como o concerto mais ambicioso do David Carreira até à data. Por que é que promete ser épico?
Para começar, é a primeira sala do país. É uma sala muito complicada de encher e mais ainda a 360 [graus] porque acabamos por aproveitar todos os espaços disponíveis e essa configuração faz com que eu fique mais próximo de toda a gente. Se eu tivesse o palco ali ao fundo, onde ele costuma estar, as pessoas que estão aqui onde nós estamos precisariam dos ecrãs laterais para me ver.
Tendo o palco aqui no meio, toda a gente na sala tem mais ou menos a mesma proximidade e eu achei que isso era importante, para este concerto, que é, a meu ver, o concerto mais importante da minha carreira...
Até à data...
Até agora... [risos] Sim, até agora, vai ser e, então, eu achei que era importante trazer para aqui algo especial. Lembrei-me que o [espetáculo] 360 no Campo Pequeno [em Lisboa] tinha corrido muito bem e por que não voltar a trazer este conceito para aqui agora mas com um upgrade?
Em termos de produção, vai ser uma produção gigantesca. A nível do repertório que eu vou cantar, vou passar em revista toda a minha carreira mas também [terá] bastante do novo álbum e dos novos nove singles que vou lançar nos próximos nove meses. Vai sair um single por mês até à data do espetáculo no Altice Arena.
Em termos de convidados, esperam-se seguramente surpresas. Já há nomes que se possam avançar?
Sim, além do Deejay Télio, o Nuno Ribeiro, que canta agora comigo o single "O que fomos", que acabou de sair há muito pouco tempo... O MC Zuka, que também entra no álbum, no [tema] "O problema é que ela é linda". Por enquanto, são os três primeiros convidados confirmados mas é óbvio que vão haver muitos outros convidados, algumas das pessoas que trabalharam comigo estes anos todos...
Há planos para gravar e, depois, lançar este espetáculo em formato de álbum ao vivo ou até mesmo de DVD?
Eu vou filmar o concerto mas o que se vai fazer depois com essas filmagens ainda não está decidido. Mas de certeza que as pessoas que vierem cá ver vão aparecer na televisão... [risos] Sendo um concerto a 360 [graus], vão também haver bilhetes no centro do palco à venda, dentro do palco.
Achei que era importante, sobretudo para os fãs mais presentes, aqueles que seguem todos os concertos da digressão e que estão sempre na primeira fila. Achei que era importante desenvolver um palco em que eles pudessem estar mesmo na linha da frente. Os bilhetes gold e silver são aqueles que vão permitir a essas pessoas estarem dentro do palco a sentir toda aquela energia...
A Madonna quando atuou neste pavilhão, em setembro de 2004, também fez isso. O palco tinha dois fossos laterais onde um grupo de fãs privilegiados pôde assistir ao concerto...
A sério? Então, acho que vou roubar a ideia à Madonna e fazer aqui o mesmo... [risos]
Voltando aos convidados do espetáculo, os que referiu até agora são pessoas que, de certa maneira, têm alguma afinidade musical com o universo do David Carreira. Sabendo que gosta de arriscar, agora para este concerto ou eventualmente para outros projetos que se lhe seguirão, não pensa recorrer a outros cantores e músicos fora desse universo?
[pausa]... Eu sempre arrisquei bastante. Há um ano, ninguém imaginaria que eu iria fazer um som com o [Deejay] Télio. Temos géneros musicais muito diferentes e, hoje em dia, já é uma coisa quase normal. As pessoas habituaram-se a ouvir-nos juntos. Há muitas parcerias que vão surgir agora nos novos nove singles que vou lançar até novembro com artistas que as pessoas não estão à espera.
Para mim, faz todo o sentido este tipo de parcerias. A maior parte do público não está à espera e, depois, é bom surpreendê-lo mas é óbvio que, tanto para este concerto como para os novos singles que vou lançar e que vou cantar aqui no Altice Arena, vão haver muitas surpresas...
Surma, Conan Osíris, Rui Veloso, David Fonseca... Alguma vez lhe passaram pela cabeça alguns destes nomes para algumas dessas parcerias?
Esses nomes, por acaso não... [risos] Mas não é que não goste! Tirando a Surma, que não conheço...
É uma cantora portuguesa com um som que tem sido comparado ao da islandesa Björk...
Por acaso, não conhecia, mas vou ouvir...
Vão haver duetos inesperados também nos novos singles que vou lançar até ao concerto no Altice Arena...
Por falar em Conan Osíris, na última entrevista que nos deu, assumiu que não era um grande fã do Festival Eurovisão da Canção... Já teve oportunidade de ouvir "Telemóveis", a canção que este ano vai representar Portugal em Telavive, em Israel, em maio? Qual é a sua opinião?
Ouvi assim por alto... A minha opinião é que, se o público gosta, isso é que é o mais importante. Eu costumo dizer que o meu patrão é o público porque essa é que é a verdade. Se o público não gostar, eu deixo de ter trabalho.
Foram muitas as pessoas que transmitiram as suas opiniões, a dizer que achavam isto e que achavam aquilo, mas a opinião que interessa é a do público. O público está a gostar, ele tem todo o mérito e eu dou-lhe os parabéns.
"Telemóveis" era uma canção que o David Carreira gravava?
Não é propriamente a minha vibe... [risos] Como existem muitas outras músicas que não são muito a minha onda. Eu já vi aqui concertos dos Metallica e dos Iron Maiden e não me via a cantar aquilo... Mas gosto de ouvir! A canção do Conan está a ter sucesso, vai representar-nos e espero que corra muito bem...
Nessa mesma entrevista, antes do lançamento de "7", o seu último álbum, afirmou que este novo disco seria para promover e para explorar durante três anos e só depois pensaria em fazer outro. Essa intenção mantém-se ou entretanto já lhe apetece voltar a compor e a gravar novas canções?
Eu tenho outro disco que vai sair brevemente... [pausa] Durante a preparação deste álbum, acabei por fazer dois álbuns, basicamente. Tenho um disco novo na gaveta que está pronto para sair e que irei lançar até ao concerto no Altice Arena. Alguns desses nove novos singles integram esse novo álbum... São dois álbuns num ano!
E o que é que já se pode saber desse disco?
Nesse disco, vai entrar o "Do jeito dela", que é a música que eu fiz para a Carolina [Carvalho, a namorada, atriz]. Vai entrar o "Trem-bala", que é uma música que eu fiz com uma cantora brasileira, [Ana Vilela]. Entra também a canção "O que fomos" com o Nuno Ribeiro, que saiu agora... São à volta de 10 a 15 músicas novas... [pausa] As pessoas têm o verão todo para aproveitar o álbum "7" e, depois do final do verão, lanço o novo álbum.
2019 ainda está no início. Além dos projetos de que já falámos, o que é que ainda há mais na forja? Uma nova coleção da marca de moda que criou, a Ninety One Paris, talvez?
Em 2019, estou muito focado na música e na minha carreira internacional, sobretudo no Brasil. Quero, cada vez mais, fazer duetos com cantores brasileiros. Tenho uma viagem já prevista para o Brasil, durante o mês de abril, para ir promover alguns dos lançamentos que tenho lá.
Lançámos lá, há muito poucos dias, "O problema é que ela é linda" numa versão remisturada com MC Rita [& Gemeliers] no canal KondZilla, que é um canal [no YouTube] que tem 47 milhões de subscritores. Vou lá fazer promoção ao meu projeto...
Estou também muito focado na minha digressão. Temos muitas datas este ano. A tournée vai ocupar muito do meu tempo musicalmente mas vai haver surpresas ao nível da Ninety One Paris. Vão continuar a sair coleções. Lançámos uma coleção com meia-dúzia de peças agora há muito pouco tempo...
Apesar de ser muito discreto em relação à sua vida privada, de vez em quando resolve abrir o coração e fazer um grande anúncio...
[risos] Eu resolvo fazer isso porque é uma forma de manter a minha vida privada também, para não alimentar burburinhos... Quando dizes as coisas de uma forma direta e não te alargas muito sobre isso, acho que é o ideal. Fiz isso através da revista Cristina e acho que foi a melhor forma de o fazer.
E também porque tinha algo criativo, uma música, que apoiava isso. Não senti que fosse algo muito coscuvilheiro. Tinha lançado uma música que fiz para a Carolina e senti que fazia sentido. E agora já posso gozar com ela no Instagram. Já lhe consigo fazer vídeos de bullying... [risos] Ela é muito engraçada e, então, dá para brincar e para poder depois publicar no Instagram e isso é fixe...
E também assim não dá azo a especulações...
É... Esta está a ser uma fase brutal para mim. Este ano, com o lançamento das novas músicas, com todos os projetos que tenho e com todas as coisas boas que me estão a acontecer, está a ser brutal!
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