Nascida a 16 de agosto de 1958, em Bay City, uma pequena cidade de Detroit, uma das regiões industriais dos EUA, Madonna, uma das maiores estrelas globais de sempre, rapidamente percebeu que ali nunca teria (grande) futuro. Na primeira oportunidade, rumou a Nova Iorque, onde chegou com apenas 35 dólares, pouco mais de 30 euros, no bolso mas muita garra. Passou dificuldades, viveu na rua, foi assaltada e chegou a ser violada, mas nunca baixou os braços.
Camaleónica e provocadora, Madonna pegou nos símbolos religiosos da igreja católica que tanto a oprimiam e utilizou-os em proveito próprio para criar visuais fortes e inspirar canções polémicas. Foi a primeira artista pop feminina a ficar bilionária, com uma fortuna superior a 1,3 mil milhões de euros. A revista Time incluiu-a na lista das 25 mulheres mais poderosas do século passado. Descubra, de seguida, factos e curiosidades, muitos deles desconhecidos.
1. Em criança chamavam-lhe Little Nonni
A cantora é filha de Madonna Louise Ciccone, de quem herdou o nome, uma franco-canadiana que nasceu com o apelido Fortin. Em casa, em criança, quando a mãe ainda era viva, para não confundirem as duas, a família começou a chamar-lhe Little Nonni. Madonna é a terceira de seis filhos. O pai, um engenheiro norte-americano, filho de italianos, naturais de Pacentro, uma localidade no centro de Itália, trabalhou para a Chrysler e para a General Motors, em Detroit.
2. Esteve em dois grupos antes de se lançar a solo
Em 1982, cinco anos depois de ter chegado a Nova Iorque, Madonna gravou o primeiro single "Everybody", uma canção que compôs em parceria com Steve Bray, um baterista, compositor e produtor que conheceu na Universidade do Michigan, onde estudou antes de se mudar para a Big Apple. Antes do êxito, fez parte dos Breakfast Club do namorado Dan Gilroy e também dos Emmy, conhecidos por muitos como Emmy and the Emmys. Cantava e tocava guitarra.
3. É autora do livro descatalogado mais procurado do mundo
Foi lançado em 1992, fala de sexo, em três dias vendeu 1,5 milhões de cópias e, 28 anos depois, continua a ser a obra descontinuada mais procurada nas livrarias e nos alfarrabistas. "Sex", o livro repleto de fotografias sugestivas que retratam fantasias sexuais e incluem imagens de nudez frontal explícita, foi comercializado pela Warner Books, em edição limitada. "São pequenos contos e divagações eróticas", explicou Madonna numa entrevista promocional.
4. Vendeu donuts em Nova Iorque
Na cidade que nunca dorme, onde chegou em 1977 com apenas 35 dólares no bolso, pouco mais de 30 euros, conseguiu emprego num dos estabelecimentos da cadeia Dunkin' Donuts, com o sonho de ser bailarina, antes de começar a colaborar com vários grupos de dança moderna. Em 1979, foi contratada como bailarina para a digressão do cantor francês Patrick Hernandez. Foi nessa tournée que conheceu Dan Gilroy, que a convidaria para o seu grupo, os Breakfast Club.
5. Álbum de êxito foi gravado num minúsculo apartamento londrino
"Hung up", o primeiro single do disco "Confessions on a dance floor", lançado em 2005, foi concebido, tal como grande parte do álbum, em Maida Vale, no oeste de Londres, em Inglaterra. "Uma das canções mais espetacularmente bem sucedidas de Madonna nasceu de uma sessão de brainstorming no minúsculo apartamento de [Stuart] Price", revela Lucy O'Brien no livro "Madonna: Como um ícone - A biografia definitiva", publicado em Portugal em 2007.
"Ia todos os dias ao apartamento dele às três da tarde, puxava o escadote e subia até ao sótão para fazer música", refere a autora. "Trabalhavam em condições impossivelmente apertadas", garante ainda. "Não podia ter feito este disco noutro sítio", justificaria publicamente Madonna, mais tarde. Não foi a primeira vez e o single "Into the groove", gravado décadas antes, é exemplo disso. "Se isolarmos a voz, ouvimos os carros a passar na rua", diz Stuart Price.
6. É a artista musical feminina mais bem-sucedida de todos os tempos
É considerada a artista musical feminina mais bem-sucedida de todos os tempos pelo Guinness World Records. Em mais de 35 anos de carreira, Madonna já vendeu mais de 300 milhões de discos em todo o mundo, muito por culpa de êxitos como "Vogue" e "Like a prayer". De acordo com a Recording Industry Association of America (RIAA), é a segunda artista feminina que mais álbuns transacionou nos EUA, logo a seguir a Barbra Streisand, com mais de 64,5 milhões.
7. Virou as costas ao autor de um dos seus maiores êxitos
No final da década de 1980, Madonna foi apresentada a Billy Steinberg, autor de um dos seus maiores êxitos, "Like a virgin", single que deu nome ao seu segundo álbum de originais. "Foi um pouco cómico. Eu estava sentado num terraço com o Steve Bray quando ela se aproximou de nós com o Warren Beatty", recorda o compositor. O baterista, amigo e ex-namorado da cantora, apresentou-os. "Incrível, queria conhecer-te há tanto tempo", disse-lhe Billy Steinberg.
"Pronto, agora já conheces", respondeu prontamente Madonna, afastando-se de imediato. "Fiquei tão triste", admitiria mais tarde o prestigiado compositor. "Deve custar-lhe um pouco não ter escrito a sua canção de marca", desabafaria mesmo em declarações públicas. Anos mais tarde, Ingrid Chavez, compositora fantasma do single "Justify my love", escrito em parceria com o cantor Lenny Kravitz, queixar-se-ia do mesmo. Alguns biógrafos falam noutros casos.
8. Gravidez do segundo filho não foi planeada
Ao contrário da gravidez da primeira filha, Lourdes Leon, nascida a 14 de outubro de 1996, atualmente com 23 anos, a do segundo filho biológico, Rocco Ritchie, aconteceu por acaso. "No início de 2000, deu por si grávida. Não tinha quaisquer dúvidas quanto a ter a criança, mas o timing não era o melhor. Naquela altura, ela e Guy [Ritchie] ainda estavam a ter um caso intermitente", escreve Lucy O'Brien em "Madonna: Como um ícone - A biografia definitiva".
9. É a atriz que mais mudou de roupa num filme
Em 1996, depois de conseguir convencer o realizador Alan Parker a dar-lhe o papel principal na comédia musical "Evita", numa época em que a galardoada atriz Meryl Streep era apontada como a favorita na corrida, Madonna empenhou-se de corpo e alma para ser a escolhida. Na altura, para interpretar a personagem da argentina Eva Perón, vestiu um total de 370 figurinos, conseguindo assim o recorde mundial de mudanças de roupa numa longa-metragem.
10. Andy Wharhol gostou de a ver no cinema
Tirando "Desesperadamente procurando Susana", "Evita" e "Dick Tracy", Madonna não teve grandes sucessos comerciais na sétima arte. Em 1986, um ano antes de morrer, Andy Wharhol foi vê-la no cinema em "Shanghai surprise", um dos seus maiores fracassos de bilheteira, que coprotagizou com Sean Penn. "Eu era o único acordado no cinema mas o filme não é mau. Madonna estava linda e as roupas eram fantásticas", escreveu o rei da pop art no seu diário.
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