Há dias em que chega a fazer 1.100 abdominais, 600 frontais e 500 laterais. A promover o disco «Bonsoir Paris» com êxitos da música francesa que foram imortalizados por Édith Piaf, Charles Aznavour, Joe Dassin, Jacques Brel e Serge Lama, a cantora Mila Ferreira, que tem carteira profissional de instrutora de pilates, de ginástica localizada e de aeróbica, revela as preocupações que tem com o exercício para proteger a saúde, tonificar o corpo e também para preservar a voz. Os antecedentes de obesidade na família também a preocupam.
A par da carreira de cantora, da advocacia e das muitas atividades em que está sempre envolvida, mantém também um blogue e tem presença ativa nas redes sociais. É uma forma gratuita de fazer promoção ou tem mesmo essa necessidade de contatar com as pessoas?
Não digo que não há uma parte em que faço promoção de mim própria. Claro que faço, não é? Aproveito porque há pessoas que, sendo nossas fãs, também gostam de saber através do Facebook um pouco mais sobre a nossa vida pessoal, em complemento da profissional. Há uma parte que, sim, é promocional.
Mas, depois, há outra parte de mim que precisa de passar determinadas mensagens, apesar de eu agora andar super ocupada. No princípio do blogue, talvez tenha tido a oportunidade de escrever textos melhores. Agora são textos muito curtos. É quase só «Olá! Estou aqui. Gosto muito de vocês e não me esqueci». Mas, quando a minha vida acalmar, vou voltar.
Até porque agora tenho letras de canções para fazer, novas de músicas que tenho preparadas… Não consigo ter inspiração porque estou a fazer muita coisa ao mesmo tempo e nem sempre saem os textos que eu quero. Mas uma das minhas grandes preocupações é passar bons textos com boas mensagens.
Passar cuidados alimentares, cuidados de saúde, o poder dos alimentos, das vitaminas, lições de fitness, etc… Eu não quero desviar-me disso. Só que, neste momento, tenho de pensar um pouco na promoção dos trabalhos que tenho em mãos.
No blogue e nas redes sociais, é notória a sua boa forma física. O que é que faz para exibir uma silhueta como a sua aos 54 anos?
Faço desporto e tenho alguns cuidados com a alimentação. Também tenho de ter por causa da minha voz. Eu tento saber aquilo que como e tento também que a alimentação seja um medicamento porque, para mim, a alimentação ou é um medicamento ou é um veneno.
E eu peço imensa desculpa por aquilo que vou dizer mas, às vezes, entristece-me um bocadinho estes concursos de comidas [que são transmitidos na televisão] porque só se preocupam com o que sabe bem e com a estética e não se preocupam minimamente com o poder curativo dos alimentos e com o que faz mal.
O sal, o açúcar e as natas, só para referir alguns, devem ser ingeridos com parcimónia. Em excesso, são verdadeiros venenos e eu fico um bocadinho triste quando, por exemplo, vejo que num canal, como o canal do Estado, podia perfeitamente ter um programa em que ensinasse as pessoas a alimentarem-se como deve ser e a ter noção do que faz mal e do que podemos fazer para evitar certas doenças, etc…
Tenho muita pena que isso não aconteça. Portanto, no meu blogue, tento muito falar no poder dos alimentos, nos nutrientes, o que é que fazem e por aí fora, de uma forma apelativa. Não sei se as pessoas leem mas, pelo menos, veem as fotografias e eu tento por-me lá no meio dos brócolos para ver se as pessoas leem aquilo. Tento sempre passar essas mensagens.
Veja na página seguinte: O ritual desportivo que Mila Ferreira faz diariamente
E em relação ao desporto, o que é que a Mila Ferreira faz para manter a elegância?
Eu faço desporto em casa. Tenho carteira profissional de instrutora de pilates, de ginástica localizada e de aeróbica. Portanto, eu faço o meu próprio plano de exercícios. Quando percebo que há uma parte que está a ficar assim um bocadinho menos em forma, faço mais repetições de um determinado exercício. Embora tenha um ritual, que é aquela tábua que é sempre fixa, depois preciso mais disto ou mais daquilo e vou adaptando no meu dia a dia.
Um amigo que temos em comum contou-nos que chegava a fazer 400 abdominais por dia…
Às vezes faço mais. Ah, faço mais…
Qual é o record?
Talvez 600 à frente e, depois, faço mais 250 para cada lado. Às vezes, faço um bocadinho mais porque tenho tendência a criar barriga e, quando sinto ou quando sei que vou vestir um fato um pouco mais justo, insisto mais. Às vezes, vejo gordinhas vestidas das maneiras mais incríveis mas, desde que as pessoas se sintam bem e felizes, tudo bem.
Tem medo do futuro? Essa preocupação com a forma física é, de alguma maneira, uma forma de tentar retardar o envelhecimento?
Não, fazer exercício é uma forma de ter saúde. Ao praticar exercício físico, estamos a tonificar o corpo e, simultaneamente, a oxigenar todas as nossas células. Portanto, estamos a rejuvenescer por dentro e a ganhar saúde e anos de vida. Essa é preocupação número um. A preocupação número dois tem a ver com a minha carreira.
Como cantora, tenho de ter uma capacidade torácica brutal e, portanto, tenho sempre que estar com uma belíssima forma física para aguentar concerto após concerto. Evidentemente que, se me perguntar se sou um bocadito vaidosa, eu sei que é um pecado, mas sou um bocadito, sim. Assumo!
Tem problemas de obesidade na família. Tem também a ver com isso?
Sim, sim… A minha mãe é muito forte. É uma mulher fabulosa. Tem uma mente super jovem e eu tenho pena que o corpo dela não consiga acompanhar a mente dela. Eu cresci com isso e disse sempre «Ai meu Deus, permite que eu consiga ter sempre mobilidade para conseguir que a minha cabeça acompanhe o meu corpo e vice-versa».
Texto: Luis Batista Gonçalves
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