Com 30 anos de idade (feitos a 8 de Fevereiro), Ruben Rua começa a tornar-se numa das principais figuras públicas nacionais. E com razão: com uma carreira de modelo recheada de sucessos cá dentro e lá fora, é uma referência no mundo da moda nacional e internacional, mas a televisão é a área que Ruben cada vez mais aposta.

2016 foi o ano que Ruben deu o salto, lançou 'Podes Ser Tudo' que explica o percurso que fez até ao lançamento do livro e consagrou-se como uma das principais promessas da televisão nacional. Hoje é modelo, booker, apresentador e também já foi ator (em Leviano). Para quem ainda não leu o seu livro, aqui estão algumas perguntas para que conheça o homem que chegou para ficar.

Como foi teres contado aos teus pais que querias ser modelo?

Progressivo. Os meus sonhos e objetivos eram muito ambiciosos e francamente distantes da realidade. Percebi que devia fazê-lo por fases. Era uma forma mais inteligente de gerir as expectativas de todos.
Os meus Pais nunca me estimularam, mas sempre me apoiaram e permitiram que o sonho se tornasse realidade. Sem dúvida que foram e são o meu maior alicerce de vida.

Quais foram os maiores desafios que enfrentaste enquanto modelo?

A solidão e a incerteza. A minha mala passou a ser a minha casa e foi uma descoberta total de um mundo que desconhecia por completo. Para alguém tão ligado à família e aos amigos, não é fácil esse afastamento. Perceber que não se pode ter o melhor de dois mundos, foi uma aprendizagem nem sempre fácil mas de grande valor para a minha vida.

Há alguma lição que tenha ficado contigo?

Muitas. Caso contrário era sinal que tinha feito a escolha errada. Talvez a maior seja que o trabalho é a única chave do sucesso e que na vida tudo tem retorno.

Que expectativas tinhas de como seria o mundo da moda?

Talvez tivesse uma perspetiva mais cor-de-rosa. Uma carreira internacional exige muito esforço e sacrifício. A maioria das pessoas desconhece esse lado profissional da moda.

Qual foi a tua maior conquista pessoal e profissional até hoje?

É difícil não unir as duas. Os desfiles em Milão e Paris, o Globo de Ouro, terminar a minha licenciatura, o lançamento do livro… são alguns exemplos disso.

Quais são as características que os modelos de amanhã devem ter?

Além das características óbvias (altura, corpo e rosto) o mais importante é a determinação, o carisma e atitude. Um rosto bonito só consegue ter um momento; o modelo com a personalidade certa pode ter uma carreira.

Dizes no livro que a pensão da Dona Fernanda foi a tua casa em Lisboa durante anos. Conta-nos como foi essa aventura.

Sim, durante muitos anos foi a “minha casa” em Lisboa. Geralmente partilhava o quarto com o Kevin&Jonathan Sampaio. A Dona Fernanda era uma confidente, uma segunda “avó”. Tratava-nos como se fossemos seus verdadeiros netos. Era uma extensão da nossa família e das poucas pessoas com as quais podíamos contar na capital. Compreendeu todas as brincadeiras, era cúmplice nas nossas mentiras às namoradas e foi um porto de abrigo físico e emocional na nossa vida. Tenho as melhores memórias desses anos. Cresci muito como modelo, mas fundamentalmente como homem.

Como foi ter voltado a entrar no ensino superior ao mesmo tempo que a tua visibilidade mediática crescia?

Uma das melhores decisões da minha vida, apesar de ter sido um desafio gigante. Aos olhos da maioria, estava a hipotecar a minha carreira como modelo numa fase prematura. De repente o “top model” era estudante universitário e ia trabalhar na agência como booker. Parecia que tudo tinha terminado. Eu nunca vi as coisas assim… Sabia que o curso ia ser uma mais-valia e que era possível conciliar tudo da melhor forma. Sempre tentei ver para lá da montanha, e acho que nessa fase essa visão e essa fé foram absolutamente essenciais.

Como te sentes ao ter o testemunho da Sofia Ribeiro no teu livro?

Feliz. A Sofia será sempre uma pessoa importante na minha vida. Na estrutura do “Podes Ser Tudo”, o texto daquele capítulo só podia ter sido dela.

Esperas casar novamente? E ter filhos?

Gostava de ter filhos. Em relação ao casamento, o desejo não é tão forte. Ainda assim, não excluo essa hipótese. Será naturalmente uma decisão a dois.

Queres dizer alguma coisa às pessoas que apostaram e apostam em ti e na tua carreira?

Um obrigado infinito. Não construí o meu caminho sozinho… Espero continuar a dar o meu melhor para nunca as desiludir.

Que projetos tens para o futuro?

Neste momento a apresentação é a minha grande aposta. Mas há mais… gosto de estar envolvido em vários projetos simultaneamente.

Texto: João Miguel Silva