Em 30 anos, muita coisa muda e as pessoas não são exceção. Tony Carreira é um bom exemplo. Em 1988, o cantor tentou a sorte para representar Portugal no Festival da Canção da Eurovisão, mas não foi por esse nome que o chamaram ao palco. Nesse ano, ao contrário do que era hábito, a televisão pública não realizou o Festival RTP da Canção, substituindo-o por um concurso a que deu o nome de Prémio Nacional da Música.
Foram oito os concorrentes. Dora, Nucha e o Tó Leal eram, na altura, os mais mediáticos mas, 30 anos depois, o mais famoso é António Antunes, o primeiro nome artístico do homem que hoje todos conhecem como... Tony Carreira! Com uma imagem muito diferente da que tem hoje e com uma postura em palco mais exuberante do que a habitual, como se pode ver neste vídeo, o cantor interpretou "Uma noite a teu lado".
Ficou em penúltimo lugar. Dora, com "Déjà vu", foi a vencedora. No entanto, após um processo de seleção interna, ficaria definido que seria "Voltarei", da autoria de José Niza e José Calvário, a representar Portugal em Dublin, na Irlanda, no ano em que a cantora canadiana Celine Dion, em representação da Suíça, levaria para casa o primeiro lugar. O primeiro sucesso chegaria apenas em 1993, com "A primeira guitarra". "Ai destino", gravada em 1995, catapultou-o, no entanto, para a fama maior.
A partir daí, não mais parou de somar êxitos. Em setembro do ano passado, a Companhia Nacional da Música (CNM) acusou-o de plágio. O processo está a ser julgado. Na passada quinta-feira, dia 22, Tony Carreira deveria ter sido ouvido na condição de arguido, mas a audiência foi desmarcada na sequência de um requerimento apresentado pela defesa do cantor, alegando "falta de legitimidade" por parte da acusação.
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