Vasco Pereira Coutinho esteve à conversa com Cristina Ferreira e Cláudio Ramos no 'Dois às 10', da TVI, na segunda-feira, dia 18 de agosto, e esteve a falar do seu percurso.

Hoje tem notoriedade nas redes sociais com as personagens que cria para o digital, mas também tem dado outros passos no mundo da representação. Aliás, é um dos atores da peça de teatro 'Escolhas', que regressa ao Teatro Villaret, em Lisboa, para uma nova temporada já em setembro.

No entanto, apesar de ter crescido sempre com uma ligação à arte de representar, sobretudo 'incutida' pelas avós, esta não foi sempre a sua escolha de vida.

Vasco Pereira Coutinho voou até Itália com o objetivo de ser padre e viveu num seminário durante dois anos. Mas percebeu que não seria aquele futuro que desejava e acabou depois por ir trabalhar com deficientes profundos e toxicodependentes em recuperação.

Mais tarde, aos 30 anos, largou o seu trabalho e investiu na representação, onde tem dado cartas.

Ao recordar as avós, Vasco Pereira Coutinho partilhou: "Foram muito marcantes para mim, uma porque me levava ao teatro e a outra porque sempre me cultivou o meu lado artístico. A minha avó é que me oferecia os CD's da Amália, do Raúl Solnado..."

"Fiz muito teatro quando era miúdo com os meus amigos, sobretudo comédia. O meu pai insistiu que fizesse as provas para o conservatório e eu não estava preparado para aquilo, e acabou por ser uma experiência um bocado humilhante", recordou depois.

Sendo uma pessoa muito católica, o ator decidiu a dada altura da sua vida ir para um "seminário de padre missionários", pois acreditava que o futuro passava por ali. "Adorei, foi ótimo. Vives numa casa com vários amigos, tens tempo de silêncio, tempo de oração", destacou ao falar desta experiência.

E foram dois anos em que esteve sem ligação ao mundo. "O que é incrível. É muito bom." Mas, afinal, não era aquele o seu caminho.

"No fim do primeiro ano [de seminário] comecei a ficar assustado com a ideia do para sempre. Não estava muito bem e comecei a questionar a continuidade de estar ali. Ainda fiz um ano de verificação, que é para verificar se a pessoa quer continuar ou não, se é a nossa vocação ou não. Depois com os meus superiores decidimos que não era por ali", explicou, continuando a seguir a religião de perto e a ir à missa regularmente.

Sobre a carreira que está a começar a construir no mundo da representação, disse: "Queria muito fazer isto, tanto que já em adulto deixei o que estava fazer, o meu trabalho, para estudar teatro. Na altura estava a trabalhar com toxicodependentes. Nunca acreditei que fosse correr bem, nunca acreditei que pudesse ser feliz a fazer uma coisa que gosto tanto. Achei que isto era tão bom que não era para ser o meu trabalho, que seria um hobby."

A família tem apoiado Vasco Pereira Coutinho. Os pais estão "contentíssimos". "Estão super orgulhosos, todos", acrescentou, referindo-se também ao irmão mais velho.

Ainda falando das avós, partilhou: "Já não estão cá, foram para o céu no ano passado. Para mim é óbvio que elas estão no céu e que depois vamos estar todos juntos um dia para sempre, o que vai ser ótimo."

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