Os alunos com dificuldades de aprendizagem, entre outras questões, tendem a sentir maior dificuldade na aquisição de aptidões importantes para melhorar os seus desempenhos académicos. Contudo, estes alunos são capazes de aprender, tal como qualquer aluno, mas a um ritmo diferente e através de ferramentas pedagógicas específicas, importantes de conhecer.
Por norma, quanto mais cedo forem diagnosticadas e implementadas as medidas mais adequadas para as ultrapassar, melhor será a capacidade de resposta da criança, ao nível da produtividade e da própria eficácia, muitas vezes, ilustrada nos resultados. Se conhece e contacta regularmente com crianças com este tipo de perfil, mãos à obra! Há imensas estratégias e metodologias que quando devidamente implementadas podem fazer a diferença e alcançar real sucesso.
Antes de mais, nunca devemos esquecer que, em termos gerais, as dificuldades de aprendizagem específicas não têm cura na medida em que resultam de uma disfunção neurológica permanente. Representam assim, um enorme desafio para a educação em geral: como transmitir conhecimento a estas crianças? Na atualidade, já dispomos de métodos de ensino com resultados comprovados, assim como, cada vez mais profissionais da área da educação capacitados para lidar com a diversidade e especificidade das diferentes dificuldades de aprendizagem.
Importa ter em consideração que educar os alunos para a vida não significa apenas transmitir conteúdos, mas também ensiná-los a viver de forma autónoma, a serem responsáveis, a se relacionarem com os outros e auxiliá-los na construção de um projeto de vida. Neste sentido, cada professor saberá encontrar, em simultâneo, a melhor estratégia para apelar à motivação e interesse de cada aluno procurando promover, não só o gosto pelo conhecimento, pela aquisição do saber, assim como desenvolver alguns vetores essenciais, inerentes à compreensão, à auto-estima, ao respeito por si, pelo outro, à tolerância, à interajuda/cooperação, comunicação, de forma a tornar-se um cidadão realizado e produtivo. Trabalhar numa ótica inclusiva, mediante a integração de atividades lúdicas costuma ser uma boa ferramenta. O objetivo é estimular a criança a desafiar as suas próprias limitações, de uma forma despretensiosa e a aceitar que, apesar de todos serem diferentes, com características muito específicas, todos somos iguais na demanda de um objetivo comum, a aprendizagem.
As dificuldades de aprendizagem podem, todavia, manifestar-se, atenuar-se ou mesmo acentuar-se no decorrer das diferentes fases do desenvolvimento (infância, adolescência e vida adulta), como tal, é essencial saber dominar um vasto leque de ferramentas para as conseguir colocar em prática sempre que se considerar necessário.
Existem várias ferramentas educacionais, (muitas até já pertencem às rotinas diárias de algumas salas de aula) que, quando corretamente elaboradas e implementadas, podem fazer a diferença no processo de ensino-aprendizagem. A título exemplificativo, salientamos apenas alguns aspetos aparentemente simplistas, mas muitas vezes capazes de marcar a diferença:
- Plano de Trabalho - Observação e compreensão: é fundamental que o professor conheça bem a turma para que consiga elaborar um plano de trabalho eficiente através dos meios adequados e ao seu dispor;
- Avaliação - É uma das principais formas para conhecer as reais dificuldades do aluno e as suas necessidades, permitindo depois em função dos resultados, implementar novas estratégias específicas de aprendizagem capazes de ajudar a superar os problemas evidenciados.
- Contextualização - Além de relacionar os assuntos com o quotidiano dos alunos, é importante estabelecer uma relação entre os conceitos e conteúdos e as respetivas disciplinas.
Os professores são assim fundamentais na identificação de eventuais dificuldades de aprendizagem do aluno. Podem assim, assumir um papel essencial no futuro de cada aluno a vários níveis, quer como observadores e analistas, quer como figuras de apoio. É igualmente importante que os próprios alunos reconheçam essas capacidades no professor. Por exemplo, ao caminhar pela sala de aula e verificar de perto a forma como os alunos participam nas respetivas atividades, o professor está a exercer o seu papel de observador. E quando faz algum comentário em relação a uma eventual dificuldade manifestada por determinado aluno está a cumprir o seu dever de analista.
Por outro lado, quando dá uma orientação específica a um aluno com o intuito de que este consiga superar uma determinada dificuldade, orientando-o para o caminho para a respetiva resolução.
Para além da formação académica, durante o ano letivo, cada professor tende a desenvolver e a colocar em prática vários conhecimentos adquiridos através da sua formação contínua e/ou da sua prática pedagógica. No entanto, essa conjugação de saberes e competências, por si só, embora muito relevante, não encerra por si e nem sempre é capaz de conferir respostas adequadas a cada caso, até pela diversidade e complexidade de situações apresentadas que muitas vezes ultrapassam a área do ensino e cruzam-se com outras áreas do saber (como a medicina, a psicologia, a psicopedagogia, a psicomotricidade, o domínio da linguagem).
Neste sentido, a chave para a promoção de práticas educativas cada vez mais inclusivas passa pelo trabalho em parceria, colaborativo, com equipas multidisciplinares capazes de conferir respostas eficazes e atempadas que vão ao encontro das reais necessidades de cada aluno. A conciliação de sinergias tanto na identificação como nos processos de avaliação e intervenção tornam-se fulcrais para o sucesso educativo e para o bem-estar de toda a comunidade educativa.
Artigo publicado por SEI - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
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