Os autores do estudo, hoje divulgado, partiram do pressuposto que, se mais idade fosse vantajoso do ponto de vista da aprendizagem da leitura, crianças com 5 anos (crianças condicionais) teriam um desempenho pior relativamente às crianças com 6 e 7 anos; do mesmo modo, crianças com 7 anos (aquelas que viram adiada a entrada no 1.º ciclo por um ano) teriam um desempenho superior às restantes.
Os resultados da investigação não confirmaram o pressuposto, uma vez que “o desempenho das crianças com 5 anos (aquelas que não fizeram adiamento na entrada no 1.º ano), não é significativamente pior do que aquele verificado entre as crianças com 6 ou com 7 anos”.
No mesmo sentido, acrescenta o estudo, “o desempenho das crianças com 7 anos não é significativamente melhor do que aquele verificado entre as crianças com 6 e com 5 anos”.
“Estes são os primeiros resultados no nosso país, pela primeira vez, tendo os pais portugueses dados científicos que podem fazer ponderar na sua tomada de decisão. Ainda como apoio à tomada de decisão pelos pais, os estudos internacionais vêm igualmente indicando para a inexistência de impacto do adiamento por um ano no sucesso escolar”, refere o IPP, em comunicado.
A legislação nacional prevê a entrada no 1.º ciclo a todas as crianças que completem 6 anos até 15 de setembro; as crianças nascidas entre 16 de setembro e 31 de dezembro são chamadas de “condicionais”, isto é, têm direito a entrar no 1.º ano, mas não obrigação. Caso não exista vaga, podem ter que aguardar pelo ano seguinte.
Relativamente aos alunos condicionais, tem vindo a ganhar força a ideia de adiar por um ano a entrada no 1.º ano às crianças “condicionais”. A motivação de base é aumentar a probabilidade de uma trajetória de aprendizagem com sucesso, sob o pressuposto de que mais idade corresponderia a mais maturidade.
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