Em muitos pontos do país, sobretudo nas cidades do litoral, encontrar uma vaga numa resposta social para a infância é um pesadelo, escreve hoje o Jornal de Notícias.
Em 35 concelhos, um terço dos quais em redor do Porto, mais de 77% das crianças até aos três anos não encontram lugar numa creche ou ama.
A presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos, Susana Baptista, diz que os privados estão disponíveis para receber mais crianças, mas afirma não ter resposta do Governo para um eventual acordo. "Temos instalações e profissionais para receber mais crianças, não é necessário fazer novos investimentos", garante a responsável, citada pelo referido jornal.
Segundo dados da Carta Social de 2017, mais de metade das crianças não tem lugar numa resposta social para a primeira infância nos distritos do Porto, Lisboa e Setúbal.
Já em Lousada, Paços de Ferreira (dois dos municípios mais jovens), Gaia, Gondomar, Valongo, Felgueiras, Trofa, Paredes, Penafiel, Marco de Canaveses e Amarante, menos de um terço das crianças tem resposta social para a primeira infância.
Os dados contam da Carta Social de 2017, a última disponível. Só os distritos da Guarda, Castelo Branco e Portalegre têm uma taxa de cobertura superior a 70%, mas nessas regiões a natalidade é considerada baixa.
Em 2017, ao todo, havia cerca de 250.000 crianças com três anos ou menos e só 100.000 estavam numa creche.
Segundo o referido jornal, três quartos das creches em Portugal continental fazem parte de uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) e são financiadas pela Segurança Social.
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