Sempre que uma mulher embarca na viagem da maternidade, carrega em si diversas expectativas, anseios e desejos e, apesar de ser mãe para muitas mulheres ser o melhor do mundo, é também uma estrada sinuosa, nem sempre segura e estável.
Neste sentido, é essencial que cada mulher possa ter espaço para expressar a beleza da maternidade e também os seus lados mais cinzentos. Porque é quando uma mulher o faz, que se consegue reinventar e crescer em direcção a si própria e em direção aos seus filhos. Neste processo e em toda a viagem da maternidade, há alguns desafios que são muito comuns entre as mulheres e que é essencial, que cada uma à sua maneira se permita a pensar sobre eles, dos quais destacamos:
1. Manter a sua identidade e os seus sonhos
De repente, a partir do momento em que uma mulher se torna mãe, é muitas vezes levada a anular-se em prol dos filhos, a deixar-se para segundo plano e a adiar os seus próprios sonhos. E, se é natural que a primazia vá sempre para os filhos, também é desejável que uma mulher consiga definir os limites que a continuam a permitir ser enquanto pessoa, para além da maternidade.
Assim, conciliar os sonhos pessoais com a maternidade nem sempre é fácil, mas é muito importante que uma mulher seja capaz de dar tudo de si para o fazer. Sempre com a ideia de que, quanto mais feliz uma mulher se encontrar consigo própria, melhor mãe será e mais disponibilidade emocional terá para os seus filhos.
2. Os padrões da sua própria infância
A forma como uma mulher foi filha, como se sentiu - ou não - segura e amada, ao mesmo tempo que, carrega as expectativas dos seus próprios pais é, por vezes, um grande desafio. Ou porque há padrões que não quer repetir e que, por isso, se tornam uma luta diária, ou porque sente que não consegue estar ao nível daquilo que foram os seus pais. Por isso, o essencial é que entre a filha que se foi e a mãe que se está a ser, se encontre o equilíbrio, sem se cair no extremo oposto da sua infância.
3. Gerir o sentimento de culpa e o controlo
Uma mãe, regra geral, desdobrasse em mil papéis e é capaz de ser uma multifunções em relação a todas as necessidades dos seus filhos. Mas, uma mãe raramente se permite a falhar e procura controlar tudo aquilo que está em redor dos seus filhos, e o desafio é uma mãe ser capaz de aceitar que não consegue controlar tudo e que, principalmente, nem tudo o que acontece seja de bom, seja de mau em relação aos seus filhos é culpa sua. Assim, é essencial que uma mãe se permita a ser mãe sem medo de falhar.
Assim, é indiscutível a importância que as mães têm e, por isso, gostamos de celebrar o dia da mãe, gostamos de mimar as mães e as trazer para junto do coração de cada filho. Este dia da mãe, desejamos que cada mãe tenha espaço para ser mulher, para manter a sua identidade alem de ser “a mãe” e para ser mãe em toda a sua plenitude, sem que tenha de vestir identidades diferentes porque a sociedade assim o exige, ou que sinta o peso todo sobre si. As mães são o melhor do mundo, agradecemos calorosamente às mães pela forma como amam, cuidam e protegem, pela forma como a cada dia, tornam o mundo mais bonito e mais feliz.
Um artigo das psicólogas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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