O que é a dependência emocional? A resposta mais curta resume-se ao seguinte: é quando precisa do seu parceiro para satisfazer quase todas as suas necessidades.
A dependência emocional manifesta-se em sintomas muito óbvios, mas quem está nesta situação nem sempre consegue ter a clareza de espírito para os entender. Os indicadores vão desde cenas de ciúmes ao controlo sobre o outro, e no geral acontece em relacionamentos conjugais, mas também pode acontecer em relações de amizades e familiares: aquele amigo que quer toda a atenção ou uma mãe que não sabe dar o espaço e independência dignos de um adulto.
Entre os sinais-chave de dependência emocional encontramos uma visão “perfeita” do seu parceiro ou da sua relação; a crença de que a sua vida só faz sentido com o outro; a crença de que não se pode encontrar felicidade ou segurança sozinho; um medo persistente de rejeição; uma necessidade constante de tranquilização; sentimentos de vazio e ansiedade quando se passa tempo sozinho; precisar do outro para ter autoestima, confiança e autovalorizarão e, finalmente, o ciúme.
É certo e sabido que uma relação a dois, para ser natural e saudável, não pode estar corrompida com estas dependências que vão conseguir atacar a relação por todos os lados até, finalmente, a romper. Isto prejudica tanto a pessoa que é alvo dos incansáveis golpes, como aquele que depende do primeiro.
Existem dois tipos de dependência emocional: o parceiro que é frágil e precisa do outro para “conseguir sobreviver” (que põe uma responsabilidade acrescida apenas num dos membros do casal que sente que não pode falhar), ou o parceiro que precisa de ser o centro das atenções da vida do outro e que precisa de controlar e saber de cada detalhe da privacidade do seu par.
Mas o Felizes.pt, site de encontros português que já juntou mais de 15 mil casais, dá-lhe uma notícia: ninguém é o Sol, e se sente que alguém consome tanto de si e o faz sentir como um planeta a gravitar à volta de um astro (e sem vida própria), então saiba que está a lidar com alguém que sofre de dependência emocional e meter de pôr um ponto final neste comportamento tóxico.
Esta dependência é ainda mais evidente quando há sinais doentios como ciúmes e possessividade, acabando por sugar toda a diversão da relação e sufocar o parceiro - já aconteceu que não pode ir jantar com amigas porque o seu namorado ficou chateado por passar uma noite sozinho? Ou já aconteceu ficar em casa aborrecida porque o seu marido foi ver um jogo de futebol com amigos e não a convidou? Pense duas vezes antes de fazer uma cena, porque está a transbordar “dependência” do outro e não lhe fica bem.
O “dependente” começa por precisar que o outro lhe dedique todo o seu tempo livre e mais algum. Mas a cena agrava-se quando começa a recorrer a manipulações e chantagens para conseguir o que quer e fazer com que o outro desmarque compromissos e lhe dê toda a sua atenção - dia após dia - até que um dia já ninguém se lembra de si, não tem amigos e só vive para ele ou ela. Comece por identificar isto a tempo, para que não aconteça exatamente o que estamos a dizer e consiga “salvar” o seu relacionamento para o lado saudável do espetro do amor.
Mas atenção - nem sempre o dependente está 100% consciente do seu comportamento, e muitas vezes é mesmo um ato subconsciente, e pode mesmo ser motivado por falta de autoestima ou um medo de perder a pessoa amada. Mas isso apenas causa uma ilusão de relacionamento perfeito, quando não o é.
Se o seu parceiro ou parceira tem uma dedicação cega por si e faz-lhe acreditar que precisa de si para respirar, comece a ensinar-lhe que não é verdade e que o seu corpo tem dois pulmões perfeitamente capazes de trabalharem para além da sua presença no mesmo metro quadrado.
Para conseguirem livrar-se da dependência emocional (quer o leitor seja o dependente ou o parceiro que identificou a dependência do outro), é preciso fazer o papel de um detetive e procurar as origens destes sentimentos: será uma experiência passada, um trauma, falta de afeto dos pais ou amigos? É um processo longo que muitas vezes precisa de ajuda profissional para ser ultrapassado, mas toda a ajuda é preciosa e se o companheiro estiver presente, mais fácil será o caminho para uma vida feliz independente. E para os dependentes, em vez de sentirem que precisam de um porto de abrigo noutro ombro, aprendam a depender só de vocês mesmos na vida.
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