No que se refere a cirurgias plásticas e procedimentos estéticos mais procurados, assiste-se a uma continuidade. Nos últimos dois anos, as cinco cirurgias plásticas mais procuradas nos EUA foram a mamoplastia de aumento, a rinoplastia, a blefaroplastia, a lipoaspiração e o facelift. Em termos de procedimentos minimamente invasivos, a injeção com toxina botulínica (botox) encontrava-se no topo da lista dos mais procurados, seguido dos preenchimentos injetáveis temporários, peelings químicos, depilação a laser e microdermoabrasão.
Estas são algumas das tendências que já se notaram em 2015 e que prometem continuar a acentuar-se em 2016:
- O impacto dos social media
Segundo um inquérito divulgado este ano pela American Academy of Facial Plastic and Reconstructive Surgery (AAFPRS) e que envolveu 2.700 membros da academia, a insatisfação com a autoimagem causada pela moda da partilha de fotografias nos social media levou a um aumento de procedimentos estéticos minimamente invasivos e de cirurgias plásticas. A realização de rinoplastias aumentou cerca de 10% e os transplantes capilares e a blefaroplastia registaram um aumento de 7%.
- Cirurgia em família
Ainda de acordo com o inquérito conduzido pela American Academy of Facial Plastic and Reconstructive Surgery, houve um aumento de cirurgias e procedimentos realizados em simultâneo por membros da mesma família, principalmente marido e mulher. Uma tendência que promete continuar a verificar-se em 2016.
- Copiar celebridades é uma tendência ultrapassada
Existem sempre exceções à regra mas, graças à diversidade e quantidade de informação disponível na internet, os consumidores vão-se tornando mais conhecedores e conscientes, a cada ano que passa, das várias opções de que dispõem, segundo o inquérito da AAFPRS. A maior parte dos pacientes chega ao consultório médico através de informação que leu online e por recomendação de amigos/familiares.
Os cirurgiões inquiridos referiram também que os pacientes já não querem copiar os traços de celebridades como acontecia até recentemente com o queixo de Jennifer Aniston e os glúteos de Jennifer Lopez a figurar entre as intervenções mais pedidas, optando por descrever ao cirurgião plástico o problema que os preocupa, como sucede, por exemplo, com o nariz torto ou com os lábios finos.
- A moda das mãos fotogénicas e das covinhas
A febre das selfies parece ter sido também responsável por uma nova tendência lançada pelas mulheres britânicas, o lift… das mãos! O mais surpreendente é o motivo, que passa por rejuvenescer as mãos recorrendo a um produto injetado em consultório com o objetivo de, a seguir, tirar uma selfie em que a mão, ostentando um anel de noivado, aparece em primeiro plano… e mais nova! Outra tendência no Reino Unido envolve implantar covinhas no rosto, através de uma cirurgia de cerca de 30 minutos e que envolve uma incisão realizada no interior da bochecha.
- Tatuagens nos mamilos
No Reino Unido, é uma tendência fazer tatuagens nos mamilos para os tornar mais escuros e maiores. Embora esta tendência possa parecer frívola, as tatuagens nos mamilos e aréolas estão a ser utilizadas em pacientes que se submetem a uma reconstrução mamária após uma mastectomia. As tatuagens têm um resultado particularmente positivo se forem realizadas a três dimensões, por tatuadores profissionais.
Veja na página seguinte: As operações aos pés que fazem furor
- Cirurgias étnicas
De acordo a American Society for Plastic Surgeons, as motivações dos pacientes pertencentes a etnias para se submeterem a uma cirurgia plástica são as mesmas que têm os restantes pacientes. Reduzirem os sinais de envelhecimento, parecerem mais jovens e quererem ter um rosto ou corpo mais simétrico ou harmonioso. Ainda segundo a mesma fonte, a maioria dos pacientes quer manter a sua identidade étnica. Por exemplo, o típico paciente asiático que se submete a uma blefaroplastia quer ter os olhos mais largos mas manter a forma amendoada.
Um paciente africano pode querer reduzir o tamanho do nariz para alcançar um rosto mais harmonioso no conjunto, mas não pretende ter um nariz europeu, é outra das situações que se verificam. Ao contrário do que se possa pensar, nem todas as cirurgias feitas a pacientes de etnias passam por mudar a forma do nariz ou dos olhos. Entre as cirurgias plásticas e procedimentos estéticos não cirúrgicos mais requisitados encontram-se a lipoaspiração, a mamoplastia de redução e o botox.
Alguns pacientes pertencentes a etnias podem ser mais suscetíveis a uma pior cicatrização devido à melanina, um pigmento castanho que existe na pele. Os queloides (cicatrizes imperfeitas, com relevo e grossas) e as cicatrizes hipertróficas (cicatriz que não é tão pronunciada como um queloide e que geralmente regride por si só) são mais comuns em pacientes de ascendência asiática ou africana, embora possam não ocorrer em todos os casos. Para limitar a cicatrização, os pacientes podem optar por técnicas menos invasivas, que produzem menos trauma para o tecido subjacente e reduzir a inflamação.
- Pés de Cinderela
Um novo tipo de cirurgia plástica permite às mulheres modificar a forma e o tamanho dos pés, daí ter sido batizada como Cinderella surgery, já que, em termos simbólicos, permite a uma mulher vir a calçar um sapato que nunca pensou vir a poder usar. Esta cirurgia envolve encurtar ou alongar os dedos dos pés, diminuir o tamanho do pé ou injetar gordura nas plantas dos pés para criar a ilusão de ter uma palmilha permanente.
Também existe o desejo de corrigir o chamado pé de salto alto, em que a posição e formato do pé ficam alterados devido ao uso constante de saltos altos. Outra tendência é a procura pela correção da toebesity, a obesidade dos dedos dos pés. A vontade de melhorar e embelezar os pés e, em certos casos, de que estes encaixem em determinado tipo de sapatos parece ser tão grande que já se realizam facelifts… aos pés!
Mas será esta cirurgia segura? A American Orthopaedic Foot and Ankle Society e a American Podiatric Medical Association já expressaram a sua preocupação em relação a esta tendência, fazendo notar que pode ser perigosa, conduzir a um problema de saúde pública e, para quem se submeteu a este tipo de cirurgia, a um futuro marcado por anos e anos de dor incapacitante.
Texto: Teresa d’Ornellas
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