Os nomes dos cinco finalistas foram anunciados, no Lisboa Social Mitra, no final do desfile das propostas dos dez participantes do Sangue Novo, concurso da ModaLisboa destinado a finalistas de cursos superiores de Design de Moda de escolas nacionais e internacionais e jovens ‘designers’ em início de carreira.
Çal Pfungst, Darya Fesenko, Inês Barreto, Molly98 e Niuka Oliveira venceram os prémios ModaLisboa x Seaside e ModaLisboa x Showpress, que consistem em cinco mil euros para desenvolvimento das próximas coleções, a serem apresentadas na 60.ª edição da ModaLisboa, mentoria por parte da Associação ModaLisboa, e assessoria de imprensa e showroom na agência de comunicação Showpress.
O Sangue Novo marcou hoje o arranque dos desfiles de mais uma edição da ModaLisboa, à semelhança do que tem acontecido nas últimas edições, algo que reforça a importância deste concurso.
“Sempre foi muito importante ao longo dos vários anos. Neste momento tem uma importância ainda maior, porque estamos num contexto mundial muito estranho, em que as pessoas não percebem o que se vai passar no futuro”, referiu a diretora da ModaLisboa, Eduarda Abbondanza, em declarações à Lusa.
O Sangue Novo cria, para os jovens que nele participam, “uma oportunidade de se encontrarem uns com os outros, de em coletivo desenvolverem projetos, de terem acompanhamento da ModaLisboa”, e a hipótese de “acederem a prémios tão importantes para quem quer iniciar carreira”.
Criado com o objetivo “da descoberta de talentos para a Moda”, este concurso tem servido para dar visibilidade e apoio para que estes sigam o seu caminho.
Para os que decidem criar marca própria, a ModaLisboa tem a plataforma Workstation, na qual “se permite que eles se ensaiem durante algumas estações, com uma certa liberdade e sem a obrigação de [criarem] coordenados”, de modo a que consigam perceber “o seu ‘target’, se querem mesmo criar uma marca, se têm investimento, quais os processos de produção e de venda”.
O passo seguinte é a plataforma Lab. “No Lab já têm que ter marca, empresa e uma organização”, contou. A ideia depois do Lab “é que continuem”.
Além de Çal Pfungst, Darya Fesenko, Inês Barreto, Molly98 e Niuka Oliveira, participaram também nesta primeira fase do Sangue Novo Eduardo Moreira, Flourish Society, Malteza, Maria do Carmo Studio e Veehana.
Para Eduarda Abbondanza, as novas gerações de designers de moda “são muito diferentes das de há cinco anos”.
“Faz parte do ADN deles serem digitais, pedir para fazerem algo numa folha de papel é estranho. E as questões ambientais são uma preocupação, a inclusão também, as questões de género e ativismo. Movem-se por causas. Este grupo [que se apresentou hoje no Sangue Novo] tem essas características muito assentes”.
Estas preocupações, que se refletem nas roupas que criam “não é uma agenda, faz parte do pensamento deles”. “Hoje em dia o projeto de design já engloba uma série de outras áreas, e outras fases de pensamento, que no passado não englobava, inclusivamente o que é que acontece à roupa depois de ser fabricada, o ciclo, a moda circular”, referiu.
Em março de 2023, os cinco finalistas vão competir no Sangue Novo por dois prémios.
O prémio ModaLisboa x IED — Istituto Europeo di Design Milano inclui um mestrado em design de moda no IED de Milão, no valor de 20.100 euros e uma bolsa de quatro mil euros.
O prémio ModaLisboa x Tintex Textils inclui uma residência artística de três semanas na Tintex e desenvolvimento de uma coleção cápsula, uma bolsa de 1.500 euros.
As coleções criadas no âmbito dos prémios serão apresentadas na plataforma Workstation, e os dois vencedores recebem também mentoria da ModaLisboa.
A 59.ª edição da Modalisboa decorre até domingo e inclui a apresentação de coleções de, entre outros, Luís Buchinho, Carlos Gil, Ricardo Andrez, Luís Carvalho, Nuno Gama, Nuno Baltazar e Gonçalo Peixoto.
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