"Lamentamos profundamente que isto tenha acontecido e, como sempre, estamos abertos ao diálogo sobre como podemos melhorar", afirmou a empresa americana num comunicado.
"Ficamos surpresos ao saber que este produto está à venda (...) Quando a nossa equipa descobriu, há meses atrás, que isso estava na nossa linha de produtos, emitimos uma diretriz rígida para remover o item de todos os canais", acrescentou.
Coordenadora de um comit+e sobre questões culturais no México, a esposa do presidente Andrés Manuel López Obrador acusou, na quinta-feira, a Ralph Lauren de plagiar desenhos de comunidades indígenas mexicanas para usar nas suas peças de roupa.
"Ei Ralph: já percebemos que gostas muito dos desenhos mexicanos (...) No entanto, ao copiá-los estás a cometer plágio e, como sabes, o plágio é ilegal e imoral", escreveu no Instagram.
Ela questionou a marca com a imagem de um casaco colorido com a etiqueta "Ralph Lauren", à venda numa loja não identificada. Esta explicou que os desenhos usados na peça correspondem a criações têxteis das comunidades de Contla (centro) e Saltillo (norte).
Na sexta-feira, Gutiérrez Müller agradeceu à empresa pela sua resposta à questão.
"Por respeito à propriedade artística dos 'saraperos' (tecelões) de Contla e Saltillo, agradecemos por ter tomado medidas para reverter a situação", escreveu no Twitter.
"Convido-te a ir até Contla, quando puder, para conhecer o grande trabalho dos artesãos que fabricam essas peças há séculos", acrescentou.
A peça também é vendida em várias lojas online sob o nome de "cardigã às riscas com cinto" e custa cerca de 300 dólares, apurou a AFP.
No ano passado, o México denunciou outras marcas de roupa, como a chinesa Shein, a espanhola Inditex e as americanas Anthropologie e Patowl, por usarem designs mexicanos nas suas peças.
Devido à apropriação cultural imprópria, o país também reclamou em 2020 da costureira francesa Isabel Marant, que depois pediu desculpas ao governo e a uma comunidade indígena em Michoacán (oeste).
Em 2019, o Ministério da Cultura também denunciou a marca de Carolina Herrera, designer venezuelana radicada nos Estados Unidos, por ter replicado bordados coloridos típicos da comunidade de Tenango (centro).
O México possui 56 grupos étnicos, tendo assim uma importante riqueza artesanal, especialmente em têxteis e bordados.
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