A carta foi publicada em resposta a uma entrevista com o chef Jason Atherton, detentor de várias estrelas Michelin durante a sua carreira, publicada no The Times na segunda-feira, na qual referiu que "não tinha visto" sexismo nas cozinhas.

As signatárias da carta  mostram-se "chocadas" com os comentários.

"Não podemos continuar mais caladas", escreveram, lamentando ainda "a representação vergonhosa" das mulheres nos prémios do Guia Michelin do Reino Unido, anunciados no dia 10 de fevereiro.

"O sexismo tem sido e permanece como um problema generalizado no nosso setor", denunciam as signatárias, acrescentando que o mesmo tem o efeito de "reduzir o potencial e as contribuições de inúmeras mulheres talentosas" nas cozinhas britânicas.

As chefs destacam os "comentários e comportamentos inadequados", bem como a "desigualdade nas promoções".

Nos últimos quatro anos, "apenas duas mulheres foram premiadas com estrelas Michelin", indicam.

"Isto não representa de forma alguma o talento feminino no setor", lamentam as signatárias.

De acordo com estas profissionais, a situação só pode mudar "ao remediar a falta de mulheres e minorias em posições de responsabilidade".

Entre as signatárias estão as chefs londrinas Sally Abé, do restaurante The Pem, Dara Klein, do Tiella, e Helen Graham, diretora do Bubala, de acordo com o The Times.

"O setor está a tapar os olhos para um comportamento que é tão endêmico que não é reconhecido como sexismo e não é controlado", disse Helen Graham ao The Times.

De acordo com o Escritório de Estatísticas do Reino Unido (ONS), cerca de um quarto dos 203.700 chefs do país são mulheres.