“Um dos mais raros vinhos do mundo, único e controverso, e que põe em causa as regras de uma das regiões mais famosas do mundo. É assim que é apresentado para justificar o preço”, como diz Claudio Martins embaixador da marca em todo o mundo e CEO da Martins Wine Advisor, “mas de facto é um vinho único, uma obra de arte”, adianta.
A produção e colheita deste vinho é toda manual, feita em várias etapas de acordo com a variedade e microclima. Os cachos são desfeitos e levemente esmagados mal chegam à adega, a fermentação é feita a baixa temperatura e a maceração dura dois meses nas ânforas. É pressionado depois suavemente com uma prensa de cesta de estilo antigo e envelhece um mínimo de dois anos nas mesmas ânforas sobre as borras finas. “The Vanity” é composto por Petite Vidure 85 % (antigo original seleção de Cabernet Sauvignon), Petit Verdot 10 %, Castets, Tarnay, Saint Macaire e Malbec 5% . 100% videiras não enxertadas.
“Raro, quantidades limitadas, história rica são algumas das caraterísticas que justificam este valor. Estamos cada vez mais focados em trazer produtos/vinhos estrangeiros com este valor acrescentado, para colocar no mercado português que tem vindo a crescer neste segmento e que mostra uma grande vontade de experimentar novos vinhos. Estou convicto que a comparação destes vinhos com os vinhos portugueses é muito valiosa para os nossos porque só assim é que somos capazes de aprender e colocar os nossos vinhos no sítio onde merecem”, refere Cláudio Martins.
Loic Pasquet em 2006 decidiu mudar de vida e ir para Bordéus fazer vinhos com sabor a século XIX, a partir de castas autóctones pré-filoxéricas, dando corpo a um dos vinhos mais caros do mundo. Começa a plantar em 2006 e exclui as três variedades de uvas dominantes: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. A jogada foi arriscada, mas deu frutos. Preferiu apostar em variedades esquecidas que existiam antes da grande praga de filoxera, que devastou as vinhas no século XIX por todo mundo, tais como Saint-Macaire, Tarnay, Marselan e Castets. Criou a marca Liber Pater – nome de uma divindade romana do vinho – e em dez anos tornou-se notado pelos seus vinhos excecionalmente caros. Com o Liber Pater 2015 estabelece um novo patamar com a produção de 240 garrafas a atingirem o valor de 30 mil euros a garrafa.
O Liber Pater nasce numa parcela de terreno com 80 metros de altitude, sem intervenção de maquinaria - porque há uma mula espanhola “Carbonero from Space”, orientada pelo próprio Loic Pasquet, que puxa o arado como antigamente – e com recurso a técnicas de vinificação que imitam as do século XIX. Todo o processo de produção do Liber Pater obedece a um ritual que o coloca a par de um outro qualquer bem de luxo premium. Na vinha não há intervenção de maquinaria.
As quantidades limitadas que surgem da recuperação de castas da época anterior à filoxera, como Saint-Macaire, Castets, Mancin, Lauzet, Camaralet, Prunelard, Pardotte, Grosse vidure, Saint Macaire ou Marselan tornam o vinho produzido pela Liber Pater diferenciador.
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