«Movimento é vida e o ser humano precisa de movimento para viver dignamente em equilíbrio e harmonia», refere Bruno Brito, wellness coach. Mas tornar a atividade física tão importante quanto outras necessidades básicas, como dormir ou comer, não é fácil, especialmente para quem tem uma vida sedentária. Se vai de carro para o trabalho, passa o dia sentado em frente ao computador e não se mexe.

«Qualquer altura é boa para se começar a praticar exercício físico, refere Bruno Brito, que aconselha procurar um local para a prática de exercício físico «que se adapte a si e às suas rotinas», sem se deixar levar pelo entusiasmo inicial. Quanto mais elevada for a fasquia que coloca a si próprio em termos de resultados pretendidos ou do seu desempenho no treino, mais difícil será cumprir aquilo a que se propõe e manter a motivação para continuar.

O que precisa de saber antes de (re)começar

Se pretende iniciar ou retomar uma atividade mais complexa do que a simples caminhada, Bruno Brito aconselha a consultar o seu médico e fazer os exames necessários, de modo a salvaguardar a sua integridade física. Após aprovação médica, consulte um profissional de exercício físico, «verificando as suas credenciais e currículo», refere.

O programa de treino deve ser destinado «à sua condição e às suas necessidades». Nem sempre o que queremos é o que melhor se adapta às nossas necessidades. Por isso, deixe que seja o profissional a orientar, «mas intervenha sempre que achar pertinente, indicando o que se sente mais confortável a fazer», aconselha.

Ponha em prática

A Organização Mundial da Saúde defende a caminhada como uma forma eficaz de controlo de peso e aumento da qualidade de vida. «Caminhar, diariamente, dez mil passos (que equivale a uma caminhada de, pelo menos, 30 minutos) é o número ideal para que qualquer pessoa possa salvaguardar a sua saúde», afirma Bruno Brito, que defende que, a par desta prática, deve haver cuidado com mais dois aspetos. Descanso e alimentação.

«Dormir é fundamental para que se possa manter uma boa saúde, além de ajudar no controlo alimentar. A par do sono, a alimentação ajuda de forma preponderante já que os dois combinados potenciam os resultados do exercício físico. «Evite as farinhas e os açúcares refinados, bem como, os produtos ditos light, diet ou integrais, quando estes são apenas uma versão menos má de alimentos pouco saudáveis (como os refrigerantes)», diz Júlio Soares, nutricionista no O2 Life Center.

«A base da alimentação do desportista deve incluir carne, peixe, ovos, frutas, legumes, leguminosas, sementes e oleaginosas.  A partir daí podemos adicionar outras opções como batata-doce, aveia e outros conforme o gasto energético e a atividade física», refere ainda o especialista.

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O que fazer para não perder a motivação

Antes de assumir um compromisso com o seu treinador e com o ginásio, deve comprometer-se consigo próprio. «Sem esse compromisso, não há programa que possa resultar. Trace metas tangíveis para o seu treino de forma a gerir as expetativas face aos resultados que pretende obter e, se possível, opte por um treino personalizado», refere Bruno Brito.

«Não viva obcecado em treinar nem queira resolver num mês aquilo que demorou anos a acontecer. Treine com respeito e gentileza para com o seu corpo, pois só assim pode atingir resultados consolidados», aconselha ainda. No caso de não poder suportar este custo, «opte por espaços que disponham de conceitos de treino mais próximos do cliente, de modo a haver um maior acompanhamento».

Mostre aos outros que aquilo que está a fazer é em prol da sua saúde e que todos irão beneficiar. O seu chefe, a sua cara-metade, os filhos e todos os intervenientes na sua vida, já que «são conhecidos os resultados sociais e profissionais associados à prática de exercício físico (melhoria do bem-estar, da produtividade, do humor)», conclui.

Não consegue perder peso?

Após o início da atividade física, «o peso pode não variar, já que a massa muscular pesa mais que a massa gorda. Mas o que importa é que passou de um metabolismo lento para uma taxa de metabolismo maior, graças ao incremento de massa muscular. Quanto mais treinar, mais eficiente será o seu corpo», refere Bruno Brito.

5 benefícios emocionais de uma vida ativa

Além de uma melhoria da saúde em geral, estas são algumas das coisas que a prática de exercício físico promove:

1. Aumento da autoestima

2. Diminuição da inércia (maior vontade de participação em atividades que envolvam movimento e exercício)

3. Melhoria de relações sociais (diminuição do isolamento social)

4. Diminuição da ansiedade

5. Menor risco de depressão

Veja na página seguinte: O que tem a ganhar com uma maior prática de atividade física

O que tem a ganhar com uma maior prática de atividade física:

- Eliminação de massa gorda

- Mais massa muscular (tonificação muscular)

- Maior vigor físico

- Maior autonomia. Entre os mais velhos, a diminuição da massa muscular conduz, muitas vezes, a uma menor autonomia física, com medo do risco de acidentes como quedas

- Aumento da testosterona (homens)

- Prevenção da osteopenia e da osteoporose (diminuição da massa óssea)

- Prevenção da perda de massa muscular

- Redução do risco de acidente vascular cerebral (AVC)

- Redução do risco de diabetes

- Prevenção e controlo do colesterol

- Diminuição do perímetro abdominal

- Metabolismo mais acelerado

Texto: Vanda Oliveira com Bruno Brito (wellness coach no O2 LifeCenter) e Júlio Soares (nutricionista no O2 Life Center)