As perguntas inundam as redes sociais. Fãs e menos fãs questionam-se sobre se a morte de Debbie Reynolds, aos 84 anos, um dia depois do falecimento da filha, Carrie Fisher, aos 60, não será mais um caso da Síndrome de Coração Partido. Aos média, a informação avançada foi de que a morte terá sido causada por um Acidente Vascular Cerebral.

Mas é possível morrer de coração partido? "A Síndrome de Coração Partido é uma doença que realmente existe e acontece quando alguém é surpreendido por uma notícia chocante, terrível, que gera uma enorme libertação de hormonas de stress na corrente sanguínea, levando o coração a ser bombardeado com essas hormonas", explica Matthew Lorber, psiquiatra no Hospital Lenox Hill em Nova Iorque.

"Tal pode ser causado pela morte de um ente querido, e é daí que vem o nome de Síndrome do Coração Partido. Mas também pode ser provocado por um divórcio, por um chefe que nos diz que estamos despedidos ou por qualquer outro evento que cause stress intenso", acrescenta Lorber.

A cardiomiopatia de Takotsubo, mais conhecida como doença de Takotsubo, é uma disfunção do ventrículo esquerdo reversível na ausência de coronariopatia obstrutiva, frequentemente causada por um episódio ou sequência de episódios de stress intenso e que apresenta um quadro clínico idêntico ao do enfarte agudo do miocárdio (IAM). A doença de Takotsubo é muitas vezes confundida com o IAM apesar de ter fisiopatologia e tratamento distintos, sobretudo pela semelhança de sinais e sintomas.

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Também conhecida como síndrome do coração partido ou cardiomiopatia induzida por stress, esta doença foi relatada pela primeira vez por Hiraku Sato em 1990 na população japonesa. Em 2006, a Associação Norte-Americana do Coração colocou-a no grupo de cardiomiopatias adquiridas, sob o nome de cardiomiopatia induzida por stress.

As principais manifestações da doença de Takotsubo são dor torácica, alterações eletrocardiográficas de isquemia, discreto aumento de enzimas cardíacas e comprometimento segmentar da função ventricular, sem coronariopatia obstrutiva.

Os sintomas são intensa dor no peito, falta de ar e mudanças radicais na pressão sanguínea. Quando as hormonas do stress atingem o coração, alteram o seu ritmo - acelerando ou atrasando este órgão - causando dor e deixando a pessoa com dificuldades de respiração.

Pessoas com historial de doença cardíaca, depressão ou perturbações psiquiátricas são mais suscetíveis, assim como as mulheres com mais de 50 anos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 3 em cada 100 pessoas com Síndrome de Coração Partido morrem.