As declarações de António Costa, proferidas à entrada para uma conferência do PS, contrariam assim a DGS que, no domingo, anunciou a entrega da versão final do parecer técnico sobre a realização da Festa do Avante!, durante a pandemia de COVID-19, remetendo a divulgação do seu conteúdo para o PCP.
"As regras estão definidas e são comunicadas hoje no 'briefing' normal. Vão ser divulgadas obviamente", disse aos jornalistas o líder do Governo.
António Costa profere na manhã de hoje uma conferência, como secretário-geral do PS, sob o lema "Recuperar Portugal", em que falará sobre recuperação económica e combate à pandemia da COVID-19.
A conferência decorre no Convento de São Francisco e é transmitida através das páginas do PS nas redes sociais, naquele que é o primeiro evento dos socialistas após as férias de verão.
O PCP afirma que o parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a Festa do Avante! é mais exigente com esta iniciativa do que com outras, em particular quanto à lotação dos espaços.
Num comunicado do gabinete de imprensa do PCP, os comunistas consideram que estão a ser alvo de "uma gigantesca operação reacionária" e adiantam que ainda hoje irão divulgar o "plano de contingência" que o próprio partido apresentou para a Festa do Avante!.
Segundo o PCP, o parecer que a DGS anunciou no domingo ter sido entregue à organização da Festa do Avante! "contém em vários domínios graus de exigência maiores relativamente à festa do que tem estabelecido para outras iniciativas, particularmente na capacidade e lotação de recintos e espaços fixados, que contrastam seja com os espetáculos que se estão a realizar no país, seja com as feiras do livro atualmente a decorrer em Lisboa e no Porto, seja com outras iniciativas".
"No seu conteúdo, o parecer traduz a tomada de conhecimento que na Festa do Avante! estão preenchidas condições de segurança iguais ou superiores àquelas que se dispõem na frequência das praias, nos numerosos espetáculos e festivais que se realizam pelo país ou simplesmente nas idas a centros comerciais", refere o PCP.
Os comunistas acrescentam que, "sem prejuízo do registo de recomendações que se acolherão, em função da avaliação concreta do plano de contingência apresentado pelo PCP (que ainda hoje será divulgado), este preenche e respeita o conjunto de normas em vigor".
Em Portugal, morreram 1.819 pessoas das 57.768 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 843 mil mortos e infetou mais de 25 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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