O governo chinês anunciou na terça-feira que somente as pessoas que faleceram diretamente por insuficiência respiratória causada pelo coronavírus serão contabilizadas nas estatísticas de morte por covid-19. Anteriormente, eram incluídas as pessoas que faleciam por outra doença enquanto estavam infetadas pela covid-19.
Enquanto isso, os hospitais estão cheios, as prateleiras das farmácias vazias e os crematórios a transbordar, depois de o governo decidir em novembro encerrar a sua política de confinamentos, quarentenas e testes em massa para conter o coronavírus.
"Atualmente, depois de ser infetado com a variante ómicron, a principal causa de morte são as doenças subjacentes", disse Wang Guiqiang, do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, em conferência de imprensa da Comissão Nacional de Saúde (CNS).
"Os idosos têm condições subjacentes e apenas uma pequena parte morre diretamente de insuficiência respiratória causada por uma infecção por covid", acrescentou.
Do nordeste ao sudoeste do país, trabalhadores de crematórios disseram à AFP que estão a ludar para lidar com o aumento no número de mortes.
Pequim admitiu na semana passada que a escala do surto se tornou "impossível" de rastrear desde o fim dos testes obrigatórios.
Um especialista em saúde pública advertiu na terça-feira que a capital enfrentará um surto de contágios nas próximas duas semanas, que deve prosseguir até o fim de janeiro.
"Temos que agir rapidamente e preparar clínicas para febre e recursos para tratamentos graves e de emergência", disse Wang Guangfa, especialista em Medicina Respiratória do Hospital da Universidade de Pequim, ao jornal estatal Global Times.
O país registou nesta quarta-feira 3.049 novos casos de COVID-19 nesta quarta-feira e nenhuma morte.
O Departamento de Estado americano indicou na segunda-feira que o aumento de infeções na China se tornou uma questão de preocupação internacional.
"Os números do vírus são preocupantes para o resto do mundo, dado o tamanho do PIB da China", disse Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado.
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