“Confunde-se climatização com ventilação, ou sistemas autónomos com sistemas combinados. O problema relacionado com a pandemia é sobretudo de renovação do ar, o que interfere decisivamente com questões de ventilação”, afirmou o secretário-geral da APIRAC, Nuno Roque, em resposta à Lusa.
Por sua vez, a climatização, “essencial ao conforto humano”, revela-se, sobretudo, importante em períodos de aquecimento ou arrefecimento acentuados.
De acordo com este responsável, o stress térmico “é um problema muito sério”, verificando-se em escolas, lares, restaurantes e escritórios que funcionam de janelas e portas abertas, “estando os equipamentos de climatização na maior parte dos casos desligados”.
Citando as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), Nuno Roque precisou que, por exemplo, a exposição consecutiva a períodos de calor intenso pode conduzir à desidratação, agravamento de doenças crónicas, esgotamento ou até à morte.
Já perante as baixas temperaturas, a DGS recomenda que as casas sejam aquecidas para prevenir os efeitos de frio intenso e as infeções respiratórias.
A associação questionou também se a população estará “a ser protegida com alguma desinformação que ainda perdura no que diz respeito à necessária utilização dos equipamentos de climatização”.
A APIRAC assegurou que os sistemas de refrigeração, a par das medidas de proteção, constituem um “forte aliado” no combate à covid-19 e outros quaisquer “agentes patogénicos”.
Por outro lado, a associação disse que, até à data, não teve conhecimento de que tenha sido reportado, a nível mundial, algum caso que prove que o ar condicionado “tenha sido o agente infetante do novo coronavírus”, vincando que nenhuma entidade internacional ou os centros de investigação advogam a paragem dos sistemas de ar condicionado.
Ainda no que se refere ao funcionamento de escolas, restaurantes, lares e outros edifícios sem sistemas de climatização, a APIRAC referiu que a introdução de ar exterior por sistemas de ventilação ou extração, natural ou forçada, “além de obrigatória é fundamental para a saúde, bem estar e segurança dos seus ocupantes ou utilizadores”.
A associação considerou ainda que, para diminuir o risco de contágio nos espaços fechados é, em primeiro lugar, necessário evitar que “qualquer agente poluente penetre nesse espaço”.
Porém, caso esse agente poluente ou patógeno tenha sido transportado para o interior do espaço ou se tenha desenvolvido nele, “é necessário anulá-lo ou expulsá-lo”, bem como diminuir a concentração da carga viral com a entrada de ar novo.
“Para este efeito, a ventilação e extração do ar do espaço em causa será um dos métodos mais eficazes e mais económicos de o conseguir”, concluiu.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.869.674 mortos resultantes de mais de 86,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 7.377 pessoas dos 446.606 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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