Em conferência de imprensa online, Rui Araújo, coordenador da ‘task-force’ para a Prevenção e Mitigação da covid-19, do CIGC, disse que nas últimas 24 horas se registaram ainda 14 recuperações pelo que o total de casos ativos é de 547 em todo o país.
Os novos casos fizeram aumentar para 861 o total de casos detetados em Díli desde 07 de março, quando começou o surto em Díli, com as autoridades a reorganizarem os focos ativos na cidade para um total de 23.
Estes casos positivos correspondem a 3,17% dos 446 testes PCR realizados pelo Laboratório Nacional, sendo que apenas três dos novos casos têm sintomas da covid-19.
Rui Araújo explicou que atualmente há no centro de isolamento de Vera Cruz um paciente em estado grave e sete em estado moderado.
“O caso grave em Vera Cruz, está a usar ventilador e medicamentos de acordo com o protocolo previsto. Hoje a saturação de oxigénio do ventilador é de 96%, um bom sinal. A sua condição geral é estável”, considerou.
Rui Araújo divulgou hoje os resultados das análises feitas em Melbourne, na Austrália, a 70 amostras aleatórias positivas para determinar que variantes do vírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19, estão atualmente presentes no território timorense.
Segundo explicou, 69 das amostras permitiram identificar a “variante que circula no sudoeste asiático, Indonésia, Austrália e Papua Nova Guiné” e uma delas identificou a variante com origem no Reino Unido.
“Essa única amostra dessa variante foi recolhida em 27 de dezembro de 2020, a uma pessoa com resultado positivo e que esteve em isolamento, tendo saído depois de fazer dois testes negativos e sair do isolamento”, disse.
Segundo o responsável, “mesmo detetando variante, o mecanismo de isolamento aplicado indicia que há grande probabilidade de essa variante não ter circulado em Timor-Leste”.
A análise vai ser feita pelo Laboratório de Saúde Pública da Unidade de Diagnóstico Microbiológico do Instituto Doherty de Melbourne, que realiza sequência de genomas de micróbios desde 2015 e que tem sido essencial na resposta à covid-19.
Questionado pela Lusa sobre a redução recente no número de testes realizados, comparativamente a registos mais elevados anteriormente, Rui Araújo disse que isso se deve a dois fatores, incluindo o impacto das cheias na capacidade do Laboratório Nacional, entretanto já recuperado.
“Infelizmente, nos últimos dias tem havido pouca colaboração da população, particularmente na questão do rastreio dos contactos”, afirmou.
“Essa pouca colaboração tem a ver com essa campanha de desacreditação que está a ser feita. Do ponto de vista de saúde publicas as instituições continuam empenhadas em fazer esse trabalho”, sublinhou.
Araújo mostrou-se confiante que “se resolva a situação” para que se retome a normalidade na realização dos exames que são necessários, disse, especialmente “nesta fase em que é muito importante testar pessoas, detetar positivos e isolar para evitar mais transmissão”.
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