O Departamento de Justiça norte-americano dizem que os ‘hackers’ investigaram as vulnerabilidades de redes de computadores de empresas envolvidas no desenvolvimento de uma vacina contra o novo coronavírus, para lhes roubarem informação valiosa.
A acusação envolve crimes de roubo de segredo comercial e conspiração de fraude eletrónica, contra os piratas informáticos, que terão agido de acordo com os interesses do Governo chinês.
Este é o primeiro processo judicial contra ‘hackers’ por roubo de inovação científica envolvendo o novo coronavírus, apesar das autoridades norte-americanas terem alertado para esta possibilidade, há vários meses, mas, na semana passada, as autoridades dos EUA, Canadá e Reino Unido já tinham levantado suspeitas sobre o envolvimento de piratas informáticos com o Governo russo, em atividades criminosas relacionadas com vacinas.
“A China ocupa agora o seu lugar, ao lado da Rússia, Irão e Coreia do Norte no vergonhoso clube dos países que fornecem refúgio seguro para cibercriminosos que trabalham ao serviço do Estado, neste caso para alimentar a fome insaciável do Partido Comunista Chinês pela propriedade intelectual desenvolvida por empresas norte-americanas, nomeadamente na pesquisa contra a covid-19”, disse, em comunicado, o procurador assistente John Demers, do Departamento de Justiça.
Na acusação, não são mencionadas provas de que os ‘hackers’ tenham tido sucesso na sua tentativa de roubo de segredos comerciais, mas os promotores dizem que os piratas conseguiram entrar na rede de computadores de uma empresa de biotecnologia de Massachusetts, conhecida por estar a investigar uma vacina contra a covid-19, assim como de terem explorado vulnerabilidades numa empresa de Maryland, que também desenvolvia pesquisas semelhantes.
O processo judicial foi iniciado, no início deste mês, num tribunal federal do estado de Washington, tendo sido hoje divulgado.
O Governo chinês ainda não comentou este processo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infetou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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