Numa intervenção proferida por videoconferência na audição conjunta da Comissão de Saúde e da Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia, na Assembleia da República, Francisco Ramos reiterou que “gostaria muito de considerar as farmácias” já para a vacinação, mas sustentou que os interlocutores para esse processo são “um problema” a resolver.
“A forma como foi gerido esse processo não correu bem e quero reafirmar que as farmácias foram vítimas também de uma deficiente organização. A minha avaliação é que a responsabilidade desse insucesso é da maior associação representativa das farmácias [Associação Nacional de Farmácias]. A sua participação no processo foi mais um obstáculo ao sucesso do que uma ajuda, ajudando a criar falsas expectativas à população”, afirmou.
Francisco Ramos foi mais longe e lembrou que “com dois milhões de doses não se vacina a população inteira” contra a gripe sazonal, considerando que a associação representativa das farmácias criou uma “falsa noção” da acessibilidade à vacina. Nesse sentido, justificou que os centros de saúde serão os responsáveis pela vacinação contra a covid-19 na primeira fase por poderem “garantir que o processo decorre da melhor forma possível”.
Para a primeira fase do plano de vacinação, prevista entre janeiro e março de 2021, os pontos de vacinação foram definidos tendo em consideração os grupos prioritários no acesso à vacina: as pessoas com mais de 50 anos com patologias associadas, residentes e trabalhadores em lares, e profissionais de saúde e de serviços essenciais.
Por isso, a vacina será administrada nos cerca de 1.200 pontos de vacinação habituais dos centros de saúde, nos lares e unidades de cuidados continuados e no âmbito da medicina do trabalho para os profissionais dos serviços essenciais.
Portugal contabiliza pelo menos 5.733 mortos associados à covid-19 em 353.576 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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