António Guterres falava na abertura da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, que se realiza virtualmente até terça-feira com a participação dos 194 estados-membros da agência da ONU para a saúde.
“Temos visto expressões de solidariedade, mas não de unidade na resposta à COVID-19, com países a seguirem estratégias diferentes, por vezes contraditórias e estamos a pagar o preço”, afirmou, salientando que “muitos países ignoraram as recomendações da Organização Mundial da Saúde”.
Por causa disso, referiu, “o vírus espalhou-se pelo mundo e pelos países em desenvolvimento, onde poderá ter efeitos ainda mais devastadores, com o risco de novos picos e vagas” pandémicas.
António Guterres defendeu o papel da OMS no combate à pandemia, considerando que é insubstituível e que são precisos mais recursos para enfrentar a crise que se adivinha nos países em desenvolvimento, cujos sistemas de saúde não têm capacidade para lidar com um grande número de pessoas doentes.
“Não se trata de caridade ou generosidade, mas de um interesse comum”, declarou, indicando que o resto do mundo não conseguirá vencer o novo coronavírus, que provoca a doença COVID-19, se os países em desenvolvimento não tiverem recursos para o conseguir.
O secretário-geral da ONU afirmou que não se pode pensar que existe “uma escolha entre a economia e a saúde”, destacando que “a economia nunca recuperará” se não se enfrentar a crise de saúde pública.
A pandemia tem que fazer acordar a comunidade internacional, afirmou, considerando que da impotência visível dos seres humanos perante a doença – sem vacina e sem tratamento eficaz – deve vir um sentimento de humildade e “uma nova união e solidariedade”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 313.500 mortos e infetou mais de 4,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,6 milhões de doentes foram considerados curados.
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