A Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de covid-19 e do processo de recuperação económica e social teve ontem a última reunião, na qual aprovou o relatório final, de forma consensual (apenas com a abstenção do BE).

“A principal conclusão que conseguimos tirar ao final de todo este tempo de trabalho é que as instituições portuguesas responderam de forma cabal relativamente às necessidades do país e às necessidades dos portugueses”, disse o presidente da comissão, o deputado Luís Testa, à Lusa.

E acrescentou: “É verdade, com muitas dificuldades relativamente a questões concretas, como a falta de vacinas no início da vacinação, a falta de testes no início da testagem, mas o que é certo é que as instituições portuguesas foram respondendo de forma muito robusta, muito capaz relativamente ao que eram os grandes anseios das populações”.

No balanço do trabalho da comissão, de mais de um ano, Luís Testa disse que a comissão pode concluir que o ataque à pandemia foi ganho, mas salientou que a questão da recuperação económica e social (que a comissão também acompanhava) só agora começa a “ganhar corpo”, numa altura em que terminam os trabalhos.

Por isso, defendeu o deputado, é preciso que na próxima legislatura o parlamento “encontre uma formulação”, seja comissão eventual ou não, para continuar a acompanhar “aquilo que é a necessidade que o combate à pandemia continua a exigir, mas também aquilo que são as particularidades da resposta à necessidade da recuperação económica e social do país”.

Lamentando a perda de vidas devido à covid-19, o presidente da comissão acrescentou que era impossível saber a “dimensão colossal” da pandemia, para a qual nenhum sistema de saúde estava preparado.

A comissão, cujo relatório será votado em plenário esta semana, esteve ao longo de mais de um ano atenta a todas as questões concretas relacionadas com a pandemia, concentrou informação que estava dispersa por outras comissões, e fiscalizou as instituições públicas em estado de emergência, sintetizou o deputado.

A covid-19 provocou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, entre mais de 258,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.370 pessoas e foram contabilizados 1.130.370 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.