"A nossa principal mensagem é que as vacinas não podem ser vendidas ‘online’" e que apenas os governos as podem distribuir, afirmou Rory Corcoran, vice-diretora de luta contra os mercados ilícitos da organização policial internacional à agência EFE.
O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, enfatizou que "qualquer pessoa que solicitar uma vacina ‘online’ em vez de obtê-la de seu fornecedor nacional está a comprar um produto falso".
Corcoran explicou ainda que há "uma escalada" de fraudes com vacinas contra o novo coronavírus e que os criminosos tentam tirar vantagem de pessoas vulneráveis.
A organização policial recolheu informações sobre várias tentativas de fraude com vacinas falsas a distribuir por diferentes organizações de saúde, incluindo lares de idosos.
A Interpol espera, nos próximos meses, que estas práticas ilegais aumentem, especialmente nos países em desenvolvimento, onde as pessoas já estão a receber mensagens ‘online’ dizendo que as vacinas podem ser compradas na Internet.
Uma tendência emergente também é a criação de ‘sites’ ilícitos com logótipos de conhecidas farmacêuticas que permitem que se façam pré-encomendas de vacinas.
Em alguns casos, é proposto o pagamento da vacina contra a covid-19 em bitcoins.
Segundo Rory Corcoran, "os criminosos não querem apenas vender vacinas, mas também roubar informações pessoais".
Nas redes desmanteladas na China e na África do Sul, a Interpol estima que os seus membros tenham angariado cerca de dois milhões de euros. As investigações continuam a apontar os possíveis desdobramentos da atividade criminosa.
A Interpol lembra também que os crimes em torno da crise pandémica resultaram em ataques contra os sistemas de informática de hospitais, laboratórios ou governos locais que bloquearam o acesso aos seus dados.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.805 pessoas dos 818.787 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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