“Devemos simplesmente fazer de tudo para vacinar em massa o mais rapidamente possível, parar esta terrível doença e acabar com a morte de milhares de pessoas”, afirmou Sergey Sobyanin no seu website.
Face ao aumento do número de casos, o autarca já tinha declarado uma paragem do trabalho durante esta semana para lutar contra a evolução do vírus.
Atualmente, 12.000 pessoas estão hospitalizadas em Moscovo devido à doença.
“A morbidade está ao nível do auge do final de 2020”, observou, referindo-se à segunda vaga mortal da pandemia na Rússia.
Este anúncio da obrigatoriedade de vacinação contra a covid-19 é o primeiro na Rússia e vai contra a posição que tem sido defendida pelo Presidente, Vladimir Putin, que, ao apelar aos russos para serem vacinados, disse ser contra qualquer medida obrigatória.
A evolução da situação em Moscovo, onde habitam entre 12 e 13 milhões de pessoas, levou Sobyanin a impor a vacinação, já que, segundo o próprio, apenas 1,8 milhões de moradores da capital estão vacinados.
A Rússia contabilizou 13.397 novos casos nas últimas 24 horas e 395 mortes, das quais Moscovo registou 5.782 infeções e 75 óbitos.
Apesar de estar disponível desde o final de 2020, a vacina russa Sputnik V é evitada pelos russos que desconfiam do fármaco desenvolvido pelas autoridades.
Até ao momento e desde dezembro de 2020, apenas 19 milhões de russos, menos 13% da população, receberam pelo menos uma dose, de acordo com o levantamento realizado pelo website Gogov, que agrega dados de regiões e meios de comunicações dada a falta de estatísticas nacionais oficiais.
De acordo com uma sondagem realizada em abril pelo instituto independente Levada, mais de 60% dos russos questionados não pretendem ser vacinados, apesar de os números de contaminação não descerem há várias semanas.
A Rússia é um dos países mais afetados pela pandemia, já que segundo a agência de estatísticas Rosstat, mais de 270.000 mortes estavam relacionadas com a doença no final de abril, mais do dobro do número de óbitos reconhecido até agora pelo governo na contagem diária (127.576).
Os dados demográficos mostram também um aumento muito acentuado da mortalidade geral entre janeiro e abril de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020, com 752.000 mortes registadas face a cerca de 611.000 no ano anterior.
Em 2020, o crescimento no número de óbitos já tinha chegado aos 18%, com 2,1 milhões de mortes, face a 1,8 milhões em 2019.
As autoridades não detalharam as causas desse aumento na mortalidade, explicado apenas parcialmente pelas estatísticas sobre a covid-19.
Após o confinamento na primavera de 2020, a Rússia, para preservar a economia, pôs em prática restrições muito limitadas, a maioria das quais foi levantada no início de 2021.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.813.994 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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