A informação de que os titulares de órgãos de soberania vão começar a ser vacinados a partir da próxima semana foi divulgada na segunda-feira, no dia seguinte às eleições presidenciais em que Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República.
Hoje, no final de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, em conjunto com o primeiro-ministro, António Costa, e com a ministra da Saúde, Marta Temido, o chefe de Estado foi questionado sobre este assunto.
"Eu só posso falar por aquilo que o senhor primeiro-ministro me disse e me enviou como carta. O senhor primeiro-ministro elaborou um despacho em que nomeadamente solicitava aos titulares dos órgãos de soberania, os principais responsáveis dos órgãos de soberania, que manifestassem a sua adesão à ideia de uma vacinação desses titulares, de acordo com prioridades que cada órgão de soberania definiria", respondeu.
Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que, embora o Presidente da República seja "um órgão singular", existem "órgãos que estão relacionados com a Presidência da República: é o caso do Conselho de Estado, é o caso dos representantes da República nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira".
"Isso foi solicitado pelo senhor primeiro-ministro, os órgãos definirão as prioridades e depois será definido o momento da vacinação. É prematuro da parte mesmo do Presidente da República estar a antecipar datas sobre uma matéria que é do foro das autoridades sanitárias", acrescentou.
Interrogado se lhe foi comunicado por que motivo foram alterados os critérios do plano de vacinação, o Presidente da República declarou: "Isso depois a senhora ministra da Saúde, em tempo adequado, no local adequado, esclarecerá essa matéria".
A vacinação contra a covid-19 em Portugal começou em 27 de dezembro, com profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) diretamente envolvidos na resposta a esta doença, e entretanto estendeu-se a profissionais e residentes em lares de idosos e unidades de cuidados continuados.
A primeira fase do plano de vacinação inclui também profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e serviços considerados críticos.
Questionado se concorda que se deve dar prioridade a todos os idosos com mais de 80 anos, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a tomar posição, limitando-se a dizer que em relação ao plano de vacinação "se vai de forma constante avaliando e completando e aprendendo com a experiência em termos de, mantendo a lógica global, a ajustar às circunstâncias do momento".
Segundo o chefe de Estado, que foi o único a responder a perguntas dos jornalistas no final desta visita, também se está a procurar ir "acelerando, na medida do possível, a transição dentro do primeiro grupo de risco e, mais tarde, também logo que possível, do primeiro para o segundo grupo de risco".
Ainda relativamente à vacinação de titulares de órgãos de soberania, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que "há separação de poderes" e que a definição de prioridades compete a cada instituição e "é sobretudo importante nos órgãos colegiais" como o Governo e a Assembleia da República.
Em Portugal, já morreram 11.012 doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 653 mil casos de infeção, de acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS).
Hoje foi registado um novo máximo de 291 mortes em 24 horas.
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