Numa mensagem divulgada através da sua conta na rede social Twitter, João Lourenço felicitou os jovens angolanos que partilharam a sua experiência na China na televisão pública angolana, considerando-os exemplo de um caso de sucesso que deve ser seguido.
“Vossa autodisciplina foi o segredo da vitória da vida, sobre a desgraça”, enalteceu o chefe do executivo angolano, cinco dias depois de Angola declarar o estado de emergência devido à pandemia de covid-19, que inclui medidas de isolamento social.
Entre os internautas há quem apoie o Presidente, mas também quem critique o facto de terem sido disponibilizados aviões da companhia aérea TAAG para transportar angolanos de Portugal, ao contrário do que aconteceu na China.
“Relativamente a estes jovens estudantes, eu gostava de perceber qual foi a razão de Angola não ter ido buscar os mesmos”, enquanto “os de Portugal, Angola enviou a TAAG para os trazer”, criticou um utilizador da rede social.
Outro reforçou que o Governo angolano “mandou trazer os vossos” de Portugal, “enquanto que os nossos na China clamaram e nenhum movimento vosso”.
“Preferiu-se arriscar a vida do país por uma minoria elitista”, comentou um internauta, enquanto outro questionou: “Será que os jovens angolanos que estavam em Portugal não podiam ter seguido o exemplo”.
Vários voos da TAAG regressaram de Portugal na semana em que Angola decidiu fechar fronteiras, antes e depois de 20 de março, tendo os passageiros sido colocados em quarentena domiciliar e institucional.
Angola registou até ao momento sete casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais dois acabaram por morrer e um está já recuperado.
Os doentes são cidadãos angolanos que regressaram de Portugal em meados de março.
Cerca de 40 estudantes angolanos ficaram retidos em fevereiro em Wuhan, a cidade chinesa que foi o epicentro inicial da epidemia e que foi colocada em quarentena em 23 de janeiro, mas o parlamento angolano rejeitou o pedido de repatriamento.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 172.500 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O número de mortes em África subiu para 196, num universo de mais de 5.700 casos confirmados em 49 países, de acordo com as estatísticas sobre a doença no continente.
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