Na intervenção no debate sobre a renovação do estado de emergência, a deputada e vice-presidente do PSD Isaura Morais fez, tal como na quarta-feira o líder Rui Rio, um “apelo aos portugueses para que cumpram com as regras que lhes são impostas”.
“Por mais difícil que a situação social e económica do país se apresente, os portugueses devem ter consciência de que só pelo sacrifício de todos poderemos vencer a luta contra a pandemia e ganhar de novo as nossas vidas e o nosso futuro”, defendeu.
No entanto, a deputada sublinhou que “o Governo tem uma responsabilidade tremenda”, alertando o executivo para os perigos do “excesso de confiança” ou de “decisões apressadas”.
“O processo de abertura de atividades que agora se inicia não pode ser apressado nem negligente. Que fique claro que, no entender do PSD, Portugal não merece nem pode ser submetido a novo confinamento, outra vez provocado pela incúria e irresponsabilidade do Governo”, afirmou.
A deputada assegurou ainda que enquanto os pressupostos da manutenção do estado de emergência se verificaram, o PSD “não deixará de votar favoravelmente este pedido”, considerando que “qualquer outra posição contrariaria a defesa do interesse nacional”.
Na sua intervenção, a deputada do PSD chamou ainda a atenção para o “excesso de mortalidade” não covid e os enormes tempos de espera para consultas e cirurgias.
“O Governo deve, pois, dar urgente resposta a este problema de falta de acesso à saúde, estabelecendo objetivos concretos de recuperação de listas e tempos de espera para consultas, cirurgias e exames”, defendeu.
Isaura Morais referiu que, dos 13 mil óbitos em excesso entre março e dezembro do ano passado, metade deve-se a outras causas para lá da covid-19 e contam-se mais de 54 mil doentes à espera, há mais de um ano, de uma operação.
“A própria ministra da Saúde reconheceu, ainda esta semana, que seis mil doentes com cancro estão a aguardar por cirurgia oncológica, 1.100 dos quais considerados prioritários”, acrescentou.
Isaura Morais considerou que o que se exige do Governo são “medidas concretas” que reduzam a transmissão do vírus, colocando à cabeça a testassem massiva e a vacinação da população.
“E também aqui o Governo não tem estado à altura das responsabilidades que se lhe exigem, como bem o exemplificam os sucessivos casos de vacinação indevida ou a incompetência da anterior coordenação da ‘task force’”, criticou.
A deputada considerou que, na primeira fase do processo, se assistiu a “alguma subalternização da priorização da vacinação pelo critério da idade”, que considerou como uma “opção errada”.
“Neste início da segunda fase do processo de vacinação importa que as vacinas sejam distribuídas pelo critério decrescente da idade, por forma a proteger os cidadãos mais vulneráveis que, como sabemos, são também os mais idosos”, apelou.
Em Portugal, já morreram 16.814 pessoas com covid-19 e foram contabilizados até agora 819.210 casos de infeção confirmados com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Comentários