Em declarações à Lusa, a mesma fonte adiantou que o primeiro caso foi detetado no sábado e que, até segunda-feira, às 00:00, foram reportados nove casos de infeção entre as pessoas que estiveram no evento, que já estão em isolamento.

“Estamos a fazer o procedimento habitual: identificámos os casos, isolámos, e identificámos todos os contactos que as pessoas tiveram com o objetivo de quebrar cadeias de transmissão”, acrescentou a fonte da ARS/Algarve.

Reconhecendo a existência um foco de infeção em Lagos – concelho onde, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde, havia cinco casos – a mesma fonte frisou que o trabalho de identificação das pessoas envolvidas está ser feito com outras “estruturas da comunidade”, nomeadamente, com a PSP.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Lagos referiu que o evento se realizou no salão de festas da freguesia de Odiáxere, envolvendo um número indeterminado de pessoas, de vários locais do país.

“O que foi inicialmente comunicado é que seria uma festa de aniversário para 15 a 20 pessoas, mas as autoridades constataram que, afinal, terá havido um número muito superior a esse”, indicou Hugo Pereira.

Segundo o autarca, a GNR foi ao local depois de ter sido alertada para um movimento significativo de pessoas que entravam e saíam do salão, tendo identificado o promotor do evento.

Depois de terem sido confirmados os primeiros casos, no passado fim de semana, “constatou-se que as pessoas tinham todas, e apenas, em comum o facto de terem participado no evento”, frisou.

“Estamos a tentar chegar às pessoas que tiveram contacto no local, as suas famílias e colegas de trabalho e outras com as quais possam ter tido contacto, para efetuarem o rastreio à doença e ficarem sob vigilância”, sublinhou.

De acordo com Hugo Pereira, até ao momento foram identificadas mais de 50 pessoas, admitindo que “o número possa aumentar nas próximas horas ou dias”.

“Estamos a contar com a colaboração das pessoas que estiveram no evento que, através das suas redes sociais, estão a pedir que quem tenha passado pela festa contacte as autoridades de saúde”, apontou.

A Câmara Municipal de Lagos manifestou-se na segunda-feira à noite preocupada com “um foco de contágio ativo” de covid-19 no concelho, resultado da “organização de um evento festivo ilegal” e que terá reunido um “número avultado” de pessoas.

Em comunicado, a autarquia explicava que a origem do foco era atribuída “à organização de um evento festivo ilegal”, que decorreu “há alguns dias, o qual juntou um número avultado de pessoas”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 434 mil mortos e infetou quase oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.520 pessoas das 37.036 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da DGS.