“Como governador de São Paulo eu queria dar uma notícia diferente da que vou dar agora, mas o cenário é desolador. Teremos de prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio”, declarou Doria, numa conferência de imprensa na sede do governo regional de São Paulo.
Doria afirmou que gostaria de poder anunciar a retoma gradual da economia – antes, tinha admitido que isso pudesse acontecer a partir de dia 11 -, mas disse hoje que a experiência de outros países mostrou claramente que o colapso do sistema de saúde paralisa todas as atividades.
Assim, o governador ‘paulista’ defendeu que a flexibilização das medidas restritivas prejudicaria o sistema de saúde e a recuperação económica do estado.
“No mês de abril houve um crescimento de 3.300% no ritmo de crescimento dos casos de coronavírus nos municípios do interior e do litoral do estado de São Paulo. Na região metropolitana [cidade de São Paulo] houve um aumento de 760% em apenas 30 dias (…). Estamos todos atravessando o pior momento desta pandemia”, explicou o governador.
“Só não reconhece, vê, percebe, aqueles que estão cegos pelo ódio ou pela ambição pessoal. Autorizar o relaxamento agora seria colocar em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e, por óbvio, a recuperação económica”, acrescentou, numa alusão aos defensores da reabertura da economia, incluindo o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
São Paulo registou 39.928 casos e 3.206 mortes causadas pelo novo coronavírus, doença que teve o primeiro caso detetado no país no dia 26 de fevereiro.
No Brasil, a covid-19 já infetou 135.106 pessoas e causou 9.146 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 269 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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