“Estamos em presença de uma estirpe altamente infecciosa do vírus, uma variante preocupante, que se propaga mais rapidamente do que alguma vez vimos”, disse o primeiro-ministro em exercício do estado de Vitória, James Merlino, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Durante sete dias, os cinco milhões de habitantes de Melbourne só poderão sair de casa para comprar produtos essenciais, prestar e receber cuidados de saúde ou para se vacinarem contra a doença.
A cidade, que esteve confinada durante quatro meses, no ano passado, está a tentar conter um novo surto cujo número de casos quase duplicou nas últimas 24 horas, passando de 15 para 26, indicou o governante.
Na origem do novo foco de infeções terá estado um adepto de futebol que assistiu a um jogo num estádio em Melbourne, no domingo, com mais 23 mil espetadores.
Esta semana, milhares de adeptos de futebol australianos já tinham recebido instruções para um autoisolamento e realizarem testes de covid-19, antes de o confinamento ser decretado.
O responsável do estado de Vitória acusou o Governo federal de ser em parte responsável pelo novo surto, denunciando o atraso na campanha de vacinação.
“Se mais pessoas estivessem vacinadas, as circunstâncias seriam muito diferentes”, defendeu.
Estes são os primeiros casos de contaminação local em Melbourne após três meses.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a variante B.1.617, detetada no oeste da Índia, manifesta maior transmissibilidade que outras estirpes.
Desde o início da pandemia, a Austrália contabilizou pouco mais de 30 mil casos de covid-19 e 910 mortes.
No entanto, a campanha de vacinação está a encontrar dificuldades, com apenas 3,7 milhões de doses administradas, numa população de 25 milhões.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.487.457 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.022 pessoas dos 846.434 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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