“O fundo vai apoiar os familiares de profissionais de saúde e outros que, durante o período do estado de emergência e no exercício da sua profissão ou de missão voluntária, tenham testado positivo a doença covid-19 e, em consequência dela, tenham falecido ou venham a falecer”, lê-se num comunicado divulgado hoje.
Com o valor inicial de 1,5 milhões de euros, o fundo vai ser constituído na Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e apoiará os familiares das vítimas através da atribuição de “compensações extraordinárias de natureza excecional”.
Para além dos profissionais da área da saúde, são abrangidos os profissionais das forças e serviços de segurança e de socorro, incluindo os bombeiros voluntários e os profissionais das Forças Armadas, da emergência médica e da proteção civil, e ainda os profissionais e voluntários das atividades de apoio a lares de idosos e dos serviços funerários.
“Embora nada compense a perda de uma vida, esta é uma forma de o setor segurador manifestar o seu agradecimento pelo desempenho extraordinário destes profissionais que, por causa da rapidez com que esta pandemia se alastrou, desempenharam por vezes essas funções sem que tivesse sido possível implementar as melhores condições de proteção pessoal, estando por isso mais expostos ao risco de contrair a doença, sem nunca terem deixado de se empenhar e dedicar à nobre função de proteger, tratar, acolher e confortar os outros”, lê-se no comunicado.
Desta forma, acrescenta, “os seus familiares mais diretos poderão contar com um apoio solidário extraordinário por parte do setor segurador, com o objetivo de os ajudar, num momento particularmente difícil, a reorganizarem as suas vidas e a fazer face a necessidades mais imediatas”.
A definição das condições, critérios e forma de aceder a este apoio estão em fase de finalização e serão divulgados “muito brevemente”.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 211 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 818 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, e há 1.357 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
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