Tendo como ponto de referência o dia 13 de março, o estudo pretende perceber se ocorreram alterações no âmbito destes comportamentos aditivos, “no antes e no depois”, e em caso afirmativo perceber “as razões que estiveram subjacentes a essa alteração de comportamento, que “pode ser para mais ou para menos”, disse à agência Lusa a diretora de Serviços de Monitorização e Informação do SICAD, Alcina Ló.
“Face à situação atual que estamos a viver”, o estudo visa também “perceber a severidade do consumo no caso das substâncias, sejam lícitas ou ilícitas, e dos videojogos e da internet e perceber se há um agravamento do risco de dependência nestes comportamentos que pretendemos identificar”.
Para isso, serão aplicadas determinadas escalas para aferir o risco/dependência desses comportamentos.
Os questionários online são dirigidos a consumidores maiores de 18 anos de substâncias lícitas e ilícitas, neste caso a canábis, e utilizadores de internet e videojogos, sendo que neste último caso está contemplado um módulo para os pais com filhos menores, se perceberem eventuais alterações do controlo parental e as sua perceções sobre aquela utilização por parte dos filhos.
Para abranger o maior número de pessoas, o SICAD disseminou o estudo pela sua rede de parceiros para o fazerem chegar às suas populações alvo, através das suas plataformas digitais, estando também disponível no seu ‘site’.
Entre os parceiros, estão organizações não-governamentais que têm contacto com muito jovens, associações académicas, associações juvenis, disse, apelando à participação de todos no inquérito que “demora menos de 10 minutos” a ser preenchido.
O estudo, que integra três questionários para cada população-alvo e cuja participação é anónima e voluntária, tem como data limite 10 de maio, mas pode ser alargada se o número de respostas estiver “um bocadinho aquém” do objetivo.
“A participação destes cidadãos é sem dúvida um elemento fundamental para que nós possamos tomar as melhores decisões que vão ao encontro daquilo que são as necessidades das populações, das comunidades, dos pais e dos indivíduos em geral”, salientou.
Segundo Alcina Ló, esta fase de pandemia é uma “preocupação muito grande” para o SICAD, que tem desenvolvido orientações e trabalhado com as Organizações Não Governamentais que intervêm junto das populações “mais desorganizadas e mais desfavorecidas”, designadamente os consumidores problemáticos de álcool, heroína e outras substâncias ilícitas.
“Muitos deles vivem na rua e, portanto, há um conjunto de medidas estão a ser tomadas no sentido de adaptar as respostas existentes a estas populações mais fragilizadas e mais distanciadas dos serviços e com dificuldades acrescidas de se protegerem, de lavarem as mãos”, adiantou.
Estas pessoas têm “um conjunto de necessidades que de repente lavar as mãos pode não ser uma prioridade. E, portanto, há aqui todo um trabalho que tem sido feito junto destas populações mais vulneráveis a que temos estado com muita atenção e a produzir orientações em conjunto com os serviços”, acrescentou.
O SICAD também colocou “mais profissionais” a atender a Linha Vida, de apoio a pessoas com dependências, devido ao crescente número de chamadas com pedidos de apoio e “alguns encaminhamentos que têm que ser feito para as respostas existentes e em funcionamento”.
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