Questionados pela agência Lusa, os sindicatos reagiram desta forma a declarações do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que em entrevista hoje à TSF admitiu acabar com o limite de lotação nos transportes públicos, atualmente em 2/3 da sua capacidade.
“Espero que essa intenção não se concretize. Temos a certeza de que um dos veículos do vírus é a sobrelotação dos transportes”, afirmou à Lusa Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
A sindicalista que representa sobretudo os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa considera que “não faz sentido proibir ajuntamentos e achar depois que o vírus é seletivo e que não entra dentro dos transportes públicos”.
“Aquilo que existe é uma dificuldade do Governo em admitir que tem dificuldade em obrigar os operadores privados a reporem a oferta a 100%”, apontou.
No mesmo sentido, o sindicalista Manuel Leal, que representa os trabalhadores da Carris, alerta para a “oferta reduzida” que existe nos transportes públicos, defendendo o seu reforço, bem como o fim do ‘lay-off’ de algumas empresas.
“É particularmente grave a situação que se vive, em que temos uma oferta de transportes muito reduzida. Para nós, são ilegais as situações de 'lay-off' que se verificam, quando o Governo devia garantir o distanciamento social entre os passageiros”, sublinhou.
Na entrevista que deu à TSF, o ministro Pedro Nuno Santos afirmou que “é impossível controlar se os limites estão a ser respeitados" e afirma que "transportes públicos não são o maior problema no contágio da covid-19”.
O governante ressalvou que Portugal é “dos poucos países da Europa onde há restrições à lotação dos transportes públicos” e que, por esse motivo, a tutela irá equacionar essa medida.
Portugal regista hoje mais três mortes e 312 novos casos de infeção por covid-19, em relação a quinta-feira, 236 dos quais na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com a DGS, desde o início da pandemia até hoje registam-se 48.077 casos de infeção confirmados e 1.682 mortes.
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