Assegurando que o território travou a propagação do vírus, a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, lembrou que a pandemia nunca terminará a menos que seja contida a nível global.
“No estágio anterior, formámos uma equipa nacional, e agora precisamos de uma ação concertada a nível internacional para combater a pandemia”, disse Tsai.
A líder taiwanesa anunciou a doação de 10 milhões de máscaras como parte daquele esforço, entre as quais sete milhões serão destinadas à União Europeia, sobretudo aos países mais afetados, para além do Reino Unido e da Suíça.
A doação é três vezes superior ao valor prometido pela China à UE.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Taiwan tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.
A resposta de Taiwan ao surto tem servido para afirmar o território como um dos Estados que melhor preveniu a doença.
Embora a UE adira ao princípio “Uma Só China” e não tenha relações políticas diplomáticas ou formais com Taiwan, mantém um “diálogo estruturado” com Taipé.
A UE ainda aguarda a chegada de uma remessa de dois milhões de máscaras cirúrgicas, 200.000 máscaras de proteção respiratória N95 e 50.000 kits de testes de coronavírus da China, anunciados em 18 de março pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A Comissão disse na terça-feira que os suprimentos seriam enviados “nos próximos dias” para Itália, o país europeu mais afetado pela Covid-19.
Excluído da Organização Mundial da Saúde por insistência de Pequim, Taipé quer agora usar o seu sucesso na contenção do vírus para impulsionar a cooperação internacional, especialmente com “países com ideias semelhantes”, como as democracias ocidentais.
Com cerca de 23 milhões de habitantes, entre os quais mais de um milhão a viver e a trabalhar na República Popular da China, Taiwan contabiliza apenas 322 casos de infeção pela Covid-19, a grande maioria importados do exterior.
A Academia Sinica, a principal instituição de investigação científica de Taiwan, realizou em 18 de março uma videoconferência sobre a crise do coronavírus com funcionários de várias instituições da UE.
No mesmo dia, as autoridades de Taiwan assinaram um acordo com o Instituto Americano em Taiwan, a representação diplomática informal de Washington em Taipé, para a cooperação no combate contra o vírus.
A China criticou o acordo como “uma conspiração política para conseguir a independência com a ajuda da epidemia”.
O acordo inclui a promessa de que Taiwan fornecerá 100.000 máscaras de proteção respiratória por semana aos EUA em troca de materiais para a produção de fatos de proteção.
Taipé anunciou ainda um acordo com a Austrália, segundo o qual Camberra fornecerá o álcool necessário para a produção de desinfetante para as mãos em troca de tecidos produzidos em Taiwan para a produção de máscaras.
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