Um estudo publicado hoje na revista The Lancet e liderado pelo investigador Feng-Cai Zhu desenvolveu uma vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que teve uma resposta considerada "segura" baseada em resultados de testes numa amostra de 108 participantes. A segurança da vacina foi avaliada 28 dias após a sua administração, através da quantificação de anticorpos e da resposta das células T, um dos mais poderosos agentes do sistema imunitário.
Entre os dias 16 e 27 de março de 2020, 108 participantes saudáveis foram recrutados num centro de reabilitação de Wuhan, China, e distribuídos em três grupos de acordo com dosagem da vacina administrada (baixa, média e alta).
No estudo, foram relatadas várias reações adversas, destacando-se dor no local de injeção, febre, fadiga e cefaleia, efeitos considerados ligeiros. Segundo a investigação, não foram detetadas reações adversas graves.
Ser humano produz anticorpos contra o vírus
A investigação indica que a quantidade de anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2 produzida pelos participantes aumentou significativamente ao 14.º dia e atingiu um pico ao 28.º dia. Por outro lado, a resposta das células T atingiu o pico ao 14º dia após a administração da vacina.
O estudo conclui, baseado nas suas descobertas, "que a vacina recombinante estudada é tolerada e produz resposta imunológica, avaliada através de produção de anticorpos e resposta células T dos sistema imunitário, ao 28.º dia após administração".
O estudo admite, porém, que a vacina em questão ainda necessita de mais investigação científica.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,9 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,3 milhões contra perto de dois milhões no continente europeu), embora com menos mortes (mais de 136 mil contra mais de 171 mil).
4,5 mil milhões de pessoas confinado
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
Portugal regista 1.289 mortos associados à COVID-19 em 30.200 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia hoje divulgado.
Esta notícia teve o apoio científico da médica Fátima Morais, especialista em Radiologia.
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