Inicialmente comercializado para pessoas diabéticas, este fármaco acabou por ser prescrito, principalmente, para emagrecer, pelas propriedades redutoras do apetite.
"Apesar do conhecimento que tinham dos riscos existentes há muitos anos (...) nunca tomaram as medidas que se impunham e, desta forma, enganaram" os consumidores que tomaram este fármaco, disse a presidente do Tribunal Correcional de Paris, Sylvie Daunis.
A Servier foi condenada a pagar 2,7 milhões de euros de multa. Foi absolvida da acusação de "fraude".
Jean-Philippe Seta, ex-número dois do grupo farmacêutico e ex-braço direito do magnata Jacques Servier, falecido em 2014, foi condenado a quatro anos de prisão sob pena suspensa. A Promotoria tinha solicitado cinco anos de prisão incondicional e 200.000 euros de multa.
Já a Agência Nacional de Segurança dos Medicamentos, que "falhou de forma grave na sua missão de polícia sanitária", foi condenada a uma multa de 303.000 euros , valor muito acima do solicitado pela acusação (200.000 euros).
Os Procuradores tinham pedido uma punição "exemplar" neste escândalo sanitário que explodiu há mais de uma década e é considerado um dos maiores da história da França.
De acordo com a acusação, Servier dissimulou, propositadamente, as propriedades da droga para reduzir a fome e os seus perigosos efeitos secundários. Entre eles, estão lesões graves das válvulas cardíacas e hipertensão arterial pulmonar, uma patologia rara e mortal.
O laboratório negou, ao longo de todo julgamento, que tivesse "uma vontade deliberada de enganar".
O Mediator foi usado por cinco milhões de pessoas durante 33 anos, até ser retirado do mercado em 2009.
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