Um estudo da Universidade Nacional Australiana (ANU) defende que "preguiça" do Homo erectus aliada à incapacidade de se adaptar às alterações climáticas desempenhou um papel determinante na extinção desta espécie.
"Não pareciam realmente esforçar-se", comenta Ceri Shipton da Escola de Cultura, História e Linguagem da ANU, com base em achados obtidos em escavações que datam de 2014 em Saffaqah, na Arábia Saudita.
Segundo este especialista, "para fazer as suas ferramentas de pedra, [o Homo erectus] usava as pedras que encontrava à volta do seu acampamento e que eram de qualidade comparativamente mais baixa" em vez de procurarem em locais mais afastados e as transportarem de distâncias mais longas.
Apesar de existir um "grande afloramento rochoso de pedra de qualidade" a uma curta distância da colina onde se instalou esta comunidade em causa de Homo Erectus, a espécie preferiu usar pedras recolhidas nas imediações do seu habitat.
Não eram só preguiçosos, eram também conservadores
Evolução ditou maior proatividade
Segundo Ceri Shipton, esta atitude do Homo erectus contrasta com os hábitos do Homo sapiens e Neandertais, que escalavam montanhas e percorriam grandes distâncias para encontrar pedras ou paus de boa qualidade.
O estudo conclui que a evolução da espécie ditou uma maior proatividade e dinamismo por parte dos espécimes.
"Não eram só preguiçosos, eram também conservadores", afirma o investigador, já que "as amostras de sedimento mostram que o ambiente em redor estava a mudar, enquanto eles faziam exatamente as mesmas coisas com as mesmas ferramentas", acrescenta.
O estudo foi publicado na revista científica PLoS One.
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